Os municípios da macrorregião de saúde Nordeste de Minas Gerais, que inclui 57 municípios — entre eles, Almenara, Teófilo Otoni e Pedra Azul — que aderirem ao programa Minas Consciente vão ter que dar um passo atrás na flexibilização do funcionamento do comércio. Nesta semana, o governo do Estado avaliou que essas cidades passaram da etapa da onda branca para a da onda verde do programa, que propõe abertura somente das atividades essenciais.
Antes, na onda branca, eles poderiam abrir atividades consideradas de baixo risco, como floriculturas e lojas de eletrônicos. De acordo com comunicado do governo do Estado, o enquadramento da região na etapa da onda verde deve-se ao aumento na ocupação de leitos e da incidência da doença na região. Essa é a etapa mais restritiva do programa — depois dela e da onda branca, seguem as ondas amarela (em que serviços de médio risco são reabertos) e vermelha (em que os de alto risco podem funcionar).
Procurado pela reportagem, o governo do Estado não especificou quais dos 57 municípios da macrorregião Nordeste já aderiram ao Minas Consciente. De acordo com prefeitos de alguns dos municípios, vai haver uma reunião com o governo estadual nesta sexta-feira (15) para discutir os termos do programa.
Em algumas das cidades da região, o comércio considerado não essencial pelo Minas Consciente já está funcionando — diferente do que prevê a etapa da onda verde. Em Teófilo Otoni, por exemplo, os estabelecimentos funcionam em horários alternados. “Tivemos aumento de casos suspeitos e óbitos na nossa região e na cidade, então o nosso alerta está ligado”, diz o prefeito da cidade, Daniel Sucupira (PT). O último boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES) contabiliza 46 casos confirmados e um óbito por Covid-19 na cidade. O prefeito diz que vai participar da reunião com o governo na sexta para avaliar a adesão ao Minas Consciente.
Já o prefeito de Almenara, Ademir Costa Gobira (PSD) critica o programa. “A gente percebeu que o governo de Minas não tinha liderança nenhuma, sentimos ausência do Estado. Quando o Minas Consciente decidiu vir, já estávamos bastante avançados (nos protocolos de controle da pandemia). Ele chegou atrasado”, afirma, explicando que o município adotou protocolos junto à gestão de outras cidades do Vale do Jequitinhonha e mantém o comércio aberto em horários restritos.
Em Pedra Azul, o comércio também está majoritariamente aberto sob restrições, e a prefeita Silvana Maria (Dem) diz que vai participar da reunião com o Estado para avaliar a adesão do Minas Consciente.
Autoescolas são autorizadas a funcionar em parte de Minas
Nas macrorregiões da Saúde Centro, Leste do Sul e Noroeste, que estão enquadradas nos protocolos da onda branca do Minas Consciente, as autoescolas receberam autorização para voltar a funcionar a partir da próxima semana. A princípio, elas haviam sido classificadas como atividades de alto risco, mas a classificação foi alterada nesta semana.
O presidente do Sindicato dos Proprietários de Autoescolas de Minas Gerais (Siprocfc), Alessandro Dias, explica que ainda aguarda posicionamento do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) para entender se as autoescolas poderão funcionar plenamente a partir da próxima segunda-feira (18) nas regiões que seguem a onda branca. A reportagem cobrou um posicionamento do órgão, mas não teve retorno até a finalização desta matéria.
“As autoescolas estão preparadas para o retorno, porque desde o começo da suspensão publicamos uma cartilha de segurança. O nosso problema é que vamos completar 60 dias sem nenhuma atividade. São 1.800 empresas paradas em mais de 500 municípios, que geram 15 mil empregos”, pontua Dias.
O Minas Consciente estabelece que as aulas nos Centros de Formação de Condutores (CFC) devem ser realizadas com um aluno a cada 2m² nas salas, que as aulas de direção sejam feitas com janelas do veículo abertas e que os carros sejam lavados ao final de cada expediente, entre outras recomendações de segurança.