Febre, tosse e dificuldade para respirar: os sintomas do coronavírus são semelhantes aos de uma gripe. De acordo com o Ministério da Saúde, são considerados suspeitos de Covid-19 casos em que a pessoa apresenta febre e pelo menos um sintoma respiratório e tem histórico de viagem para país com transmissão sustentada ou área com transmissão local da doença nos últimos 14 dias. Também são suspeitos casos em que a pessoa manifeste os sintomas e tenha tido contato com algum paciente com suspeita ou confirmação de coronavírus.
No entanto, em todas as situações em que há manifestação desses sintomas, é importante buscar atendimento médico, segundo a diretora de assistência da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Renata Mascarenhas.
"Quando a pessoa apresentar histórico de viagem para os países que estão sendo monitorados nos últimos 14 dias ou contato próximo de caso suspeito e tiver sintomas, é importante procurar imediatamente um serviço de saúde. A orientação é que ela procure o serviço mais próximo de casa. Temos 152 centros de saúde e o Centro Especializado em Covid-19, na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Centro-Sul, que funciona das 07h às 19h todos os dias", diz Renata. Ela ressalta que as pessoas podem procurar também todas as nove UPAs da cidade.
Segundo ela, mesmo sem histórico de viagem ou contato com casos suspeitos e confirmados da doença, é importante procurar atendimento médico ao apresentar sintomas respiratórios. "Estamos em um momento em que começa a aumentar o número de doenças respiratórias, comuns nessa época de ano. No caso de sintomatologia, se a pessoa não estiver bem, a gente sempre orienta a procurar o serviço de saúde. Doente nunca é bom ficar em casa sem saber o que tem", afirma Renata.
Ela diz que cuidados como boa alimentação e boa hidratação podem ser suficientes para tratar sintomas mais leves, mas ressalta que a pasta não recomenda deixar de buscar atendimento: "É mais seguro procurar", conclui.
Atendimento
Pacientes com suspeita de coronavírus que vão até o Centro Especializado em Covid-19, na região Centro-Sul, têm o material para a realização de exames coletado no local. "Esse centro tem uma equipe de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem aptos a atender, realizar a classificação e definir se é um caso suspeito ou não", explica Renata. Ela ressalta que o local não atende crianças.
Já os pacientes com casos suspeitos de coronavírus que buscam atendimento nos centros de saúde recebem orientações para cuidados domiciliares e têm a coleta de material para exame agendada e realizada em domicílio. Esse trabalho é feito pelas 24 Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (Emads) do município, cada uma composta por médico, enfermeiro e técnico de enfermagem.
As pessoas só devem acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em caso de urgência, como diante de dificuldades respiratórias graves.
Uso de máscara
O uso de máscara só deve ser feito por pessoas com casos considerados suspeitos de coronavírus. "Se não é um caso suspeito, não viajou e não tem contato próximo de alguém suspeito, não é necessário sair de máscara", diz Renata.
Serviços
O Centro Especializado em Covid-19 já atendeu 38 pessoas desde a abertura, em 3 de março, até a tarde desta segunda-feira (9). Desses, 16 casos foram descartados, por não se enquadrarem na definição de suspeito, e 22 pacientes tiveram material coletado e estão em isolamento domiciliar. Não foi necessária a internação de nenhum usuário. O serviço fica na rua Domingos Vieira, nº 488, no Bairro Santa Efigênia.
Em Belo Horizonte, os hospitais da rede pública que estão preparados para receber os pacientes são o Eduardo de Menezes, no bairro Bonsucesso, na região do Barreiro, para adultos, e o João Paulo II, no centro, para crianças.