Entenda

Corpo é encontrado em barracão incendiado em BH; crianças estariam desaparecidas

Segundo familiares, trata-se de Claudineia Aparecida de Paula, que tinha 29 anos; os filhos não estavam em casa no horário do incêndio

Por Lara Alves e Isabelly Morais
Publicado em 29 de abril de 2020 | 09:10
 
 
 
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Um corpo carbonizado foi encontrado pelos bombeiros em um barracão em chamas no bairro São Francisco, na região da Pampulha, durante o combate ao incêndio na madrugada desta quarta-feira (29). De acordo com vizinhos e familiares, trata-se de Claudineia Aparecida de Paula, que tinha 29 anos. Ela deixa dois filhos, de 6 e 11 anos, que não estavam em casa. Segundo a irmã de Claudineia, eles estão há alguns dias na casa da avó.

As chamas começaram nas primeiras horas da madrugada e se estenderam até a manhã desta quarta-feira. Foram necessárias oito viaturas do Corpo de Bombeiros para controlar o fogo, que por pouco não atingiu outros imóveis na rua Beira Alta, na esquina com rua Viana do Castelo.

A reportagem foi até a casa, que está isolada. No local, encontrou a irmã de Claudineia, que foi avisada ainda pela madrugada. Ludmila de Paula, de 22 anos, esclareceu que os filhos não estavam em casa na hora do incêndio pois estão com a avó paterna há alguns dias. Até então, vizinhos não sabiam onde as crianças poderiam estar.

"O padre, de um lugar onde ela trabalhou por seis meses, ligou para o meu irmão. Fiquei assustada, pensei que era uma brincadeira e viemos dar uma olhada. Ela morava com os dois filhos mas estava sozinha em casa. Meus sobrinhos estavam na casa da avó há um tempo já. Ela era uma mãe maravilhosa, que queria sempre dar de melhor pros filhos", aponta Ludmila, que informou não imaginar como o incêndio pode ter ocorrido.

A perícia da Polícia Civil compareceu ao barracão onde o corpo estava, e a Polícia Militar isolou a área até a chegada da Cemig, uma vez que a fiação da rua pode ter sido comprometida. A casa pertence a Luiz Mendes, que mora de frente para a residência em que a inquilina morava. Quando ele comprou o imóvel, Claudineia já estava nele, isso há cerca de um ano e meio. Luiz trabalha como vigia e estava no trabalho na madrugada, quando foi informado.

"Trabalho de 19h às 7h e me ligaram umas 3h da manhã. Isso está um mistério, porque ninguém sabe como aconteceu. É uma tragédia. Ela era uma pessoa ótima, pontual no aluguel. É inexplicável. Não sei o que aconteceu, se foi por ela mesmo ou alguém. Ela fumava um cigarro de palha, mas só isso. Era muito na dela, tranquila. Na semana passada, ela disse que os filhos estavam na casa do pai", conta Luiz, de 58 anos.

Quem acionou o Corpo de Bombeiros foi a esposa do cabeleireiro André Gomes, de 26 anos. Eles moram duas casas ao lado e perceberam o incêndio por volta de 2h15. "A gente viu a fumaça e então eu acordei a minha esposa. Ela ligou para o Corpo de Bombeiros e eles chegaram, mais ou menos, umas 2h40. Não deu para salvar a moça. Eu já tinha visto ela por aqui, mas a gente não tinha muito contato. Ela era bem na dela, conversava só com algumas pessoas", afirma André.

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