Imunização na capital

Covid-19: Prefeitura de BH estuda compra das vacinas Coronavac e de Oxford

Executivo informou que está em contato com dois laboratórios; 2 milhões de seringas já estão estocadas, segundo prefeito

Por Rafaela Mansur e Rafael Rocha
Publicado em 07 de dezembro de 2020 | 18:00
 
 
 
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O caminho para a vacinação da população de Belo Horizonte contra a Covid-19 começa a ficar mais claro. Nesta segunda-feira (7), a prefeitura da capital confirmou que está em contato com dois laboratórios que estão em fase avançada de desenvolvimento da vacina contra o vírus. O Instituto Butantan, em São Paulo, e o Bio-Manguinhos/Fiocruz, no Rio de Janeiro, são as duas empresas com as quais a gestão de Alexandre Kalil (PSD) já fez contato a respeito da compra do imunizante.

Cautelosa, a administração municipal não confirma nem nega a efetivação da compra, e ressalta que “aguarda a definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde para o planejamento da campanha de vacinação contra a Covid-19”.

O Instituto Butantan foi responsável pelos testes no Brasil da CoronaVac, a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac. A vacinação em São Paulo deve ser iniciada em 25 de janeiro. Já a Bio-Manguinhos/Fiocruz realiza o desenvolvimento da vacina com a  Universidade de Oxford. Esses e qualquer outro imunizante, no entanto, só podem ser utilizados após autorização da Anvisa.

Mais cedo, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que 4 milhões de doses da CoronaVac serão vendidas para outras unidades da federação, e que oito Estados já solicitaram o imunizante ao Instituto Butantan. "Alguns governadores vieram até aqui, inclusive, tratar deste assunto conosco", afirmou Doria, sem citar nomes. Ele mencionou apenas dois prefeitos interessados na aquisição da vacina: Rafael Greca (DEM), reeleito em Curitiba, e Eduardo Paes (DEM), eleito no Rio de Janeiro. O governo paulista não quis informar quais são os Estados interessados na vacina, e o Instituto Butantan declarou que as tratativas com os Estados ainda estão em fase inicial.

O prefeito Kalil já deu indícios concretos de que a prefeitura se articula para a aquisição da vacina. Em coletiva realizada no último dia 25 de novembro, ele garantiu que a vacinação irá ocorrer na capital de qualquer jeito. “Não há nenhum risco da população de Belo Horizonte ficar sem vacina. Nós já estamos com 2 milhões de ampolas estocadas, se necessário”, disse o chefe do Executivo. “Nós estamos com dinheiro separado para compra (da vacina), seja ela qual for autorizada”, completou.

Posicionamento do governo estadual

Consultado, o governo estadual ratificou a negociação com outro laboratório, conforme antecipado por O TEMPO. O Estado está em negociação, por meio da Fundação Ezequiel Dias (Funed), com a Covaxx, divisão da norte-americana United Biomedical. O laboratório está desenvolvendo uma vacina contra a Covid-19, mas os testes ainda estão na fase 1, mais atrasada que as vacinas testadas pelo Butantan e Bio-Manguinhos, por exemplo.

A negociação, no entanto, partiu de um ajuntamento de empresários mineiros que aceitaram investir R$ 15 milhões para os testes desse imunizante no Brasil. Os custos aos cofres estaduais ainda não são claros.

Segundo o Estado, durante essa semana deve haver "novidades sobre o assunto". "Trata-se de uma conversa inicial com um dos possíveis parceiros que poderão contribuir com o fornecimento/ produção da vacina contra a covid-19 no Estado", afirmou o governo, em nota.

O próximo passo é a assinatura do contrato, o que deve acontecer em até 60 dias. A previsão é de que os testes da vacina da Covaxx sejam finalizados até maio de 2021. Se tudo der certo, a parceria pode resultar na garantia de 25 milhões de doses para Minas Gerais. "Destacamos que qualquer definição acerca da estratégia de vacinação em Minas Gerais funcionará em consonância com o Plano de Contingência para Vacinação Contra a covid-19, elaborado pela SES-MG, e ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde", completou o governo, por meio de comunicado.

A gestão de Romeu Zema (Novo) também já garantiu a compra de 50 milhões de seringas, com entrega programada para acontecer até o final de dezembro.

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