Diante do aumento da demanda na atual onda da pandemia, o Hospital Júlia Kubitschek, na região do Barreiro, suspendeu as férias dos trabalhadores que haviam agendado o descanso para janeiro e fevereiro deste ano. Profissionais que já estavam afastados também foram convocados de volta ao trabalho. 

A medida, assinada pela diretoria do hospital nesta semana, busca atender à necessidade de ampliação de leitos neste momento da pandemia, segundo a gestão hospitalar. A decisão foi tomada “ buscando atuar de maneira preventiva para evitar o esgotamento da rede pública de assistência, maximizando os leitos de terapia intensiva e enfermaria”, de acordo com o documento. 

O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) diz não ser contra a medida, porém questiona a falta de diálogo com os trabalhadores. “Nós e os trabalhadores não somos contra, mesmo porque existe a lei. O problema foi a forma desrespeitosa como isso foi feito. Uma trabalhadora entraria de férias no outro dia. Às 17h45, ela foi comunicada de forma verbal, pela chefia direta, de que no outro dia não teria férias. Ela estava com tudo programado, viagem marcada e tudo”, explica a diretora do sindicato, Neuza Freitas. 

Segundo ela, há contratos para novos trabalhadores iniciarem o trabalho no final deste mês, por isso a gestão poderia ter programado as férias dos funcionários de forma que o hospital não ficasse desassistido. “Agora, para resolver, simplesmente mandaram o pessoal de férias continuar trabalhando. Isso não vai adiantar, porque a pessoa já está morta de cansaço e tem que tirar férias. Se não tira, dependendo da situação ela vai adoecer, tem que se afastar e vem o absenteísmo, o afastamento por licença médica, por atestado”, continua a sindicalista. 

A reportagem questionou a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) sobre quantos funcionários foram convocados de volta ao trabalho e se há déficit de profissionais no hospitais e aguarda retorno. 

Prefeitura de BH também permite interrupção de férias

Na rede pública municipal, as férias dos profissionais da saúde também podem ser interrompidas. Neste mês, a prefeitura emitiu um comunicado em que permite que o gestor de cada unidade de saúde negocie com o funcionário a suspensão de férias, em meio à alta de demanda de trabalho nos centros de saúde e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) na capital. 

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