ESTA TERÇA

Demissão em massa do metrô pauta audiência pública na ALMG

Desligamentos ocorrem após fim dos 12 meses de estabilidade do contrato de privatização

Por Isabela Abalen
Publicado em 08 de abril de 2024 | 13:13
 
 
 
normal

A demissão coletiva e sem justa causa de 230 funcionários do metrô de Belo Horizonte será discutida em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (9 de abril). De um lado, a empresa responsável afirma que o processo faz parte do avanço da gestão e não prejudica a produtividade operacional. De outro, metroviários denunciam plano “autoritário” que os deixa no prejuízo.  

As dispensas estão ocorrendo após o fim do período de estabilidade de 12 meses concedido aos trabalhadores no contrato de privatização do transporte – vencido em março deste ano. A Metrô BH informou que, antes de chegar à demissão em massa, ofertou planos de demissão voluntária e de demissão consensual, “a pedidos dos próprios colaboradores”.

Para o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), no entanto, essas opções não ocorreram da melhor forma possível: “qual tipo de demissão é voluntária quando as condições concretas de trabalho obrigam e coagem os empregados a se desligarem?”, denuncia. 

De acordo com o Sindimetro, desde a privatização do transporte, cerca de metade dos funcionários foram desligados. O sindicato contabiliza que, dos 1.480 empregados, 780 não estão mais no serviço – eles aderiram aos planos oferecidos pela empresa Metrô BH. 

Os desligamentos ocorrem sem justa causa, mas, segundo a companhia, os trabalhadores terão todas as verbas devidas por “benefícios sociais para além das leis trabalhistas”. Sobre isso, a categoria sindicalizada reclama não ter as contrapropostas escutadas. “Não foram aderidas, nem mesmo levadas em consideração. A Metrô BH irá garantir somente o previsto por lei”, diz o Sindimetro.

A audiência pública foi convocada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT). Ela defende que, antes mesmo do processo de privatização, já existia a ameaça de piora do serviço e precarização das condições de trabalho. “Foi isso o que aconteceu. O metrô tem inúmeros problemas. A tarifa aumentou, há problemas técnicos,  atrasos das viagens e demissão em massa das trabalhadoras e trabalhadores”, afirma. Com o metrô privatizado, o ingresso passou de R$ 4,50 para R$ 5,30.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!