SAÚDE

Dengue e chikungunya: Governo de MG aposta em drones e biofábrica de mosquitos

Secretário Fábio Baccheretti anunciou soluções em evento com a imprensa

Por Isabela Abalen
Publicado em 01 de setembro de 2023 | 15:02
 
 
 
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O Governo de Minas Gerais apostou em tecnologia como solução da epidemia de dengue e chikungunya que atinge o Estado e já é alerta nacional. Drones para dispersão de larvicidas – inseticidas contra larvas de insetos – e uma biofábrica de mosquitos entrarão em funcionamento em Minas até 2024. Durante evento com a imprensa nesta sexta-feira (1º de setembro), o  secretário de estado de saúde Fábio Baccheretti garantiu sucesso nas iniciativas. 

O secretário comentou que estamos vivendo um ano epidêmico da dengue em Minas Gerais. De acordo com ele, o número de casos deve cair no ano que vem, tanto pela sazonalidade do vírus, quanto pelas novas iniciativas do Governo. A primeira delas será o lançamento de larvicidas por drones no interior de Minas. “Vamos lançar no próximo mês uma nova política de drones. Municípios de 100 mil habitantes ou aqueles com consórcio de saúde terão drones que poderão ir em locais mais remotos e jogar larvicida, evitando a dengue”, disse. A proposta, nesse caso, é acabar com o vetor das doenças antes do seu desenvolvimento. 

Ainda, Baccheretti afirmou que a Biofábrica Wolbachia, uma unidade de controle de arboviroses como zika, dengue e chikungunya, ficará pronta no ano que vem. “Nós temos a fábrica de mosquito com a bactéria Wolbachia que está sendo construída e, em meados do ano que vem, ficará pronta”, anunciou. As obras estão acontecendo em um terreno do Governo do Estado localizado no bairro Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte, com um valor de construção de mais de R$ 20 milhões.

De acordo com o projeto, os mosquitos com a bactéria Wolbachia têm a capacidade reduzida de transmitir arbovirus para as pessoas. A ideia é que, quanto mais eles se dispersam, menor o risco de surtos de dengue, chikungunya e zika. 

Cenário da epidemia no Estado 

Um estudo de vigilância genômica e epidemiológica de dengue e chikungunya da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com o Laboratório Hermes Pardini/Grupo Fleury revelou um aumento inédito no número de casos de infecção simultânea de dengue e chikungunya. De janeiro a julho deste ano, 11% dos mineiros adoeceram com os vírus da dengue e da chikungunya no corpo. No mesmo período de 2022, o índice era de 2-3%, ainda raro. 

De acordo com dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), os casos de dengue saltaram 351% no Estado, saindo de pouco mais de 60 mil infectados no final de agosto de 2022 para quase 275 mil no mesmo período deste ano. Já as infecções por chikungunya surpreendem ainda mais: aumentaram 1340%. Minas já está registrando quase 66 mil infectados em 2023 – no ano passado, foram pouco mais de 4.500 doentes até o final de agosto. 

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