O deputado estadual Rogério Correia (PT) poderá ser investigado por improbidade administrativa. Segundo denúncia, ele estaria usando o auxílio moradia pago pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais de forma irregular.
De acordo com a representação protocolada nesta segunda-feira (15) junto à Promotoria Especializada na Defesa do Patrimônio Público da Comarca de Belo Horizonte, de autoria do analista em redes sociais João Paulo Medrado, o deputado deverá ser investigado por causa de declarações dadas por ele em que reconhecia ter recebido de forma irregular e repassado a outras pessoas os recursos referentes ao auxílio moradia. Mesmo com imóvel em seu nome, o deputado continua recebendo o auxílio.
O objetivo da ação é esclarecer se esses recursos foram realmente repassados a terceiros ou se foram utilizados para financiar, indiretamente, atividades de cunho político-partidário. De acordo com a Constituição Federal, a legislação proíbe que recursos públicos sejam usados para financiar esse tipo de atividade.
A assessoria do deputado informou que ainda não teve conhecimento sobre a representação.
Outras denúncias
Esta é a segunda representação que pede a apuração de possível prática de crime de improbidade administrativa por parte do deputado Rogério Correia. A primeira, feita no final de 2011 e que está parada há um ano e meio no Ministério Público de Minas Gerais, pede a apuração da denúncia de que o parlamentar teria utilizado servidor público da Assembleia durante o horário de expediente para atuar na defesa de Nilton Antônio Monteiro, preso e indiciado por falsificação de documentos e suspeito de aplicar golpes contra empresários e espólios no valor de R$ 1,3 bilhão.
Além disso, a representação pede ainda a investigação sobre o uso de equipamentos da Assembleia na operação que objetivava levantar os modelos de assinaturas de diversas pessoas e que depois teriam sido localizadas nos papéis que ficaram conhecidos como a Lista de Furnas.
Resposta
O deputado Rogério Correia informou que o autor da representação contra ele, João Paulo Medrado, é um funcionário do vereador e atual presidente da Câmara dos Vereadores, Léo Burguês (PSDB). O deputado ainda disse que essa provocação não é de hoje, e que está processando o denunciante por calúnia, difamação e também por ameaça de morte, via redes sociais. Correia também disse que a perseguição data desde a denúncia que fez, em 2005, do caixa dois do PSDB.
Sobre o auxílio-moradia, o deputado informou que todos os deputados recebem o benefício, e se alguém tiver que ser investigado, todos também devem ser. "Ele devia se preocupar mais com as coxinhas do Burguês", finalizou o parlamentar.
Atualizada às 18h43.