A falta de um hospital para a realização dos procedimentos de redesignação sexual é um problema que já poderia estar superado em MInas Gerais, caso o Ministério da Saúde tivesse concedido a permissão para hospitais que se candidataram para tal função em duas cidades mineiras: Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
No primeiro caso, o Hospital Universitário (HU), ligado à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), depende apenas de uma assinatura do Ministro da Saúde para começar a realizar a cirurgia. “Apesar de o HU ainda não estar habilitado pelo Ministério da Saúde, já vem se preparando para implementar o processo transexualizador.
O investimento vai além da questão financeira e envolve a disponibilização de profissionais, a adequação da estrutura física e muitas outras coisas. Mas muitas das ações propostas dependem da efetivação da habilitação para serem colocadas em prática”, explica o Marcos Nunes, chefe do Setor de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HU.
O pedido de autorização foi feito ao Ministério da Saúde ainda neste ano e permanece sem resposta. No Hospital das Clínicas ligado à Universidade Federal de Uberlândia, desde 2016, há um pedido para que seja habilitado um centro cirúrgico de redesignação sexual. Mas a autorização, até o momento, só permite o processo de transexualização que inclui a terapia hormonal e o acompanhamento multidisciplinar.
Procurado, o Ministério da Saúde informou que não tem previsão de ampliação dos locais onde as cirurgias são realizadas.
Números da cirurgia
280 cirurgias de redesignação sexual foram feitas pelo SUS desde 2014.
5 hospitais realizam o procedimento em todo o Brasil. Eles estão localizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás.
2.150 procedimentos ambulatoriais à população trans foram realizados em Minas Gerais entre 2019 e fevereiro de 2022, conforme o Ministério da Saúde.