Dois hangares instalados na área do antigo aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, teriam sido invadidos durante a noite de segunda-feira (29). Conforme os proprietários dos espaços e donos de aeronaves, os criminosos teriam arrombado os portões e furtado ferramentas. Os denunciantes relatam que ainda não conseguiram contabilizar quais os prejuízos. A Polícia Militar de Minas Gerais informou que não registrou boletins de ocorrência sobre o caso, e a prefeitura de Belo Horizonte negou que tenham ocorrido invasões.

De acordo com Estevan Velasquez, presidente da Associação Voa Prates, que representa concessionários, usuários e dependentes do aeroporto, nos hangares arrombados, os proprietários encontraram vassouras e um saco de lixo. "É inusitado, deu a impressão de que eles estavam limpando o local", relata Velasquez.

Conforme o representante do grupo, eles temem que o terreno possa ser invadido para ocupações irregulares. "A gente já denunciava essa possibilidade. E o lugar está ainda mais vulnerável depois que a prefeitura diminui o efetivo da Guarda Municipal", justifica.

Ainda segundo Velasquez, os concessionários estão inseguros após a invasão na noite de segunda-feira (29). Isso porque alguns dos hangares ainda estão com aeronaves. "Felizmente, não houve nada nesse hangar, mas ele ainda está com um avião. E isso preocupa", relata.

O presidente afirma que os proprietários teriam denunciado o ocorrido para a prefeitura de Belo Horizonte, que negou que o espaço foi invadido. "Fizeram o contato e eles falaram que não teve nada. Como se a gente tem vídeos e fotos?", questiona.

Procurada pela reportagem, a prefeitura de Belo Horizonte afirmou que a denúncia não é verdadeira. "Não foram registrados casos de arrombamentos em hangares ou em qualquer área do  Aeroporto Carlos Prates. Toda a região está guarnecida com equipes da Guarda Civil Municipal, e a entrada de pessoas na região é restrita a agentes da Prefeitura e alguns funcionários e proprietários de Hangares que são devidamente identificados no momento da entrada", disse em nota.

A prefeitura também destacou que "alguns hangares estão em processo de desmontagem, trabalho que está sendo realizado por equipes autorizadas pelos proprietários de hangares".

Responsabilidade pelo terreno

Desde a desativação do terminal, no dia 1º de abril, o terreno onde funcionava o aeroporto Carlos Prates está aos cuidados da prefeitura de Belo Horizonte. Ela é responsável por preservar a área, até que o governo federal decida sobre o reaproveitamento do espaço. A prefeitura da capital prevê a transformação da área em “um grande bairro”.

O planejamento prevê a ocupação do terreno com moradias populares, que devem abarcar entre 1.800 e 2.000 residências, uma unidade de saúde, escolas, um parque e uma área reservada a indústrias não poluentes. O investimento previsto é de cerca de R$ 500 milhões. A prefeitura ainda aguarda que o governo federal transfira o terreno, o que deve ocorrer em até o final de agosto.