Operação Flight Level

Empresários são denunciados por transportes de drogas em aviões que saíam de BH

Em 2020, aeronave saiu da capital mineira com 175 kg de cocaína com destino a Portugal

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 08 de junho de 2021 | 14:43
 
 
 
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Dois empresários e outras nove pessoas foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) depois de investigações da Polícia Federal que apontaram um esquema de transporte de drogas em aviões executivos. Uma dessas aeronaves saiu de Belo Horizonte levando 175 kg de cocaína para Portugal.

A operação Flight Level foi desencadeada em abril deste ano e resultou nas prisões de André Luiz Santiago Eleutério e Leonardo Costa Nobre, que são apontados como líderes da organização. Segundo o MPF, os dois "ocultavam e dissimulavam a origem ilícita dos ganhos da organização por meio de sucessivos atos de lavagem de dinheiro, especialmente mediante o registro da propriedade de bens em nome de pessoas não existentes (“fantasmas”) e de membros da organização com menor destaque ou exposição pública".

Ainda conforme a denúncia, os investigados usavam o hangar da empresa BHZ Táxi Aéreo para que as drogas fossem despachadas.

Divisão de tarefas

De acordo com o MPF, a quadrilha tinha divisões para as tarefas: dois dos denunciados eram "homens de confiança dos líderes e atuavam como uma espécie de “gerentes de logística” e eram os responsáveis por acolher, acompanhar e vigiar as pessoas que faziam o papel de “mulas” para transportar as drogas, receber, acondicionar e manter em depósito os entorpecentes e cuidar das atividades desenvolvidas no Hangar no aeroporto da Pampulha (BH)", diz o comunicado.

Uma mulher exercia o cargo de gerente auxiliar utilizando "documentos falsos emitidos em nome de pessoas inexistentes, de terceiros e dos próprios membros do grupo para fazer a contabilidade das empresas vinculadas ao grupo e o gerenciamento de seus bens. Além disso, com certificados digitais emitidos a partir dos documentos falsos, a acusada criava empresas e alterava os contratos sociais já existentes na Junta Comercial, bem como cadastrava as empresas recém-criadas na Receita Federal, na Prefeitura de Belo Horizonte e no Governo de Minas Gerais (Sefaz), dando aparência de licitude e regularidade às fraudes cometidas".

Seis pessoas, entre elas a mãe de Leonardo, eram "laranjas" no esquema.  Essa parte do grupo cedia os nomes para registros de várias empresas e bens da quadrilha. A organização possuía oito empresas, veículos de luxo e imóveis.

Droga em Portugal

Conforme as investigações da Polícia Federal, no dia 1º de outubro de 2020, dois dos denunciados, a mando dos líderes, realizaram a logística do embarque da droga com três brasileiros. Enquanto um deles ficou responsável pela hospedagem em hotel de luxo e transporte, o outro cuidou do embarque das malas na aeronave de propriedade de André Luiz.

A droga, que saiu da capital mineira, foi apreendida no Aeroporto Internacional de Lisboa. Eleutério e Nobre foram denunciados por  tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Os homens de confiança responderão por tráfico internacional de drogas. A gerente auxiliar foi acusada pelos crimes de falsificação de documento público e por lavagem de dinheiro. O restante do grupo vai responder por lavagem de dinheiro. Dois 11 denunciados, os dois líderes estão presos.

A reportagem de O TEMPO não localizou a defesa dos denunciados. As ligações no Hangar BHZ Táxi Aéreo não foram atendidas. Caso seja desejo dos mesmos, estamos aberto ao ouvi-lo e podem nos contatar em equipeportal@otempo.com.br ou cidades@otempo.com.br.
 

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