Centenas de enfermeiros da rede pública e privada de Belo Horizonte se reuniram, na manhã desta segunda-feira (12), em um ato unificado realizado na Praça Sete, no Centro da capital mineira. O protesto é pelo pagamento do reajuste anual de 2022 e, também, em defesa do piso salarial da categoria. A lei que fixava novos valores para a classe está suspensa por ordem do ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Participaram do ato trabalhadores da rede pública, representados pelo Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG), e também da rede privada, por meio do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de BH e Região (Sindeess).
José Maria Pereira, presidente do Sindeess, acredita que a mobilização seja o indicativo de que os trabalhadores possam iniciar uma greve nos próximos dias, caso não sejam atendidos.
“Nós chegamos num momento propício para a união, não só do setor privado, mas também dos servidores municipais e estaduais. O sentimento neste momento é de muita revolta, e os trabalhadores se mostraram dispostos a parar. O atendimento da saúde já é precário, então, se a gente conseguir esse piso ou o reajuste, sem precisar uma greve, vai ser muito melhor. Mas se não tiver outro meio, o jeito vai ter que ser a greve”, avalia.
Ainda segundo o sindicalista, é preciso que as instituições privadas de saúde, e os governos se sensibilizem com a causa dos enfermeiros para que a população mais pobre não sofra as consequências.
“A categoria da saúde vem sendo penalizada nos últimos anos. Fomos nós que mais trabalhamos durante a pandemia e também a que mais perdeu colegas nesse período. É muito ruim uma greve nesse momento, pois a gente sabe que a saúde no Brasil e aqui em Belo Horizonte está muito precária, e, infelizmente, quem vai sofrer com isso é a população mais pobre”, diz José Maria.
Na terça-feira (13), será realizada uma segunda audiência com os trabalhadores da saúde para definir quais serão os próximos passos do movimento. A categoria já aprovou um estado de greve - que é um indicativo de que a paralisação possa ocorrer em breve.