Todas as escolas municipais de São João del-Rei, no Campo das Vertentes, estão paralisadas para uma força-tarefa de desinfecção nos próximos 11 dias. A decisão foi confirmada pela prefeitura da cidade, que afirmou que a higienização é necessária e deve começar imediatamente para conter os casos de contaminação pela bactéria Streptcoccus pyogenes. O contágio é investigado por ter causado a morte de três crianças, de 3, 10 e 11 anos, além da internação de mais quatro. Por isso, a volta às aulas está marcada para segunda-feira, 6 de novembro.
De acordo com a Secretaria de Saúde de São João del-Rei, o produto que será utilizado para desinfecção dos cômodos, móveis e objetos das escolas municipais será o hipoclorito, conhecido popularmente como água sanitária. O produto é comumente usado para desinfecção de superfícies contra vírus e bactérias, tendo sido escolhido também durante a pandemia de Covid-19. São, ao todo, 22 escolas municipais na cidade.
A transmissão pela bactéria Streptcoccus pyogenes acontece por meio de saliva e secreções, assim como o contato com superfícies infectadas. Por isso, a medida foi tomada imediatamente. A reportagem questionou a gestão estadual sobre possível desinfecção nas escolas estaduais de São João del-Rei, o que ainda não foi confirmado.
As mortes e internações de crianças deixaram os pais de alunos preocupados, tanto que um protesto foi realizado nesta terça-feira (24 de outubro). Mesmo assim, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) descartou se tratar de um surto da doença ou risco à saúde da população.
Entenda os casos
Andreia Pereira Donato, de 43 anos, é uma das mães que fizeram uma manifestação nesta terça-feira (24 de outubro), em frente à Prefeitura de São João del-Rei. A mulher afirma que tudo começou há pouco mais de um mês, quando um menino, de 11, passou mal na escola com dor de garganta e vômito.
Ele foi levado a Upa da cidade, onde o médico receitou analgésicos e antibiótico. No dia seguinte, a criança piorou e foi internada na Santa Casa da Cidade, onde morreu dias depois. “Logo depois, veio o caso de uma menina de 3 anos que morreu após ter os menos sintomas, ela teve ainda febre alta e marcas arroxeadas pelo corpo”, conta.
O último caso, segundo Andreia, ocorreu nessa segunda (23 de outubro), quando uma menina de 10 anos morreu também com sintomas semelhantes. O enterro da criança aconteceu nesta terça (24 de outubro), no cemitério Nossa Senhora das Mercês. De acordo com o município, a maioria dos pacientes passou por avaliação médica, na rede pública ou privada, e o quadro de saúde deles é estável.