A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) afirmou que não há critérios que comprovem surto ou risco à saúde da população de São João del-Rei, no Campo das Vertentes, após a morte de três crianças de 3, 10 e 11 anos, e a internação de outras quatro. Os pacientes apresentaram sintomas como dor de garganta, amigdalite, febre, vômito, manchas e erupções na pele.

Em nota, a pasta ressaltou que acompanha junto à Unidade Regional de Saúde e à prefeitura os casos de óbitos. “As amostras estão sendo analisadas em laboratório”, disse em um dos trechos. As investigações estão sendo realizadas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs Minas).

As mortes e internações de crianças deixaram os pais de alunos preocupados, tanto que um protesto foi realizado nesta terça-feira (24 de outubro). As aulas nas escolas municipais de São João del-Rei estarão suspensas, por tempo indeterminado, a partir desta quarta-feira (25 de outubro). 

A secretaria de Saúde esclareceu que, além de estar descartado o surto ou risco à saúde da população, não há nenhuma evidência epidemiológica que justifique a alteração na rotina das atividades da população. “A SES-MG reforça ainda que o melhor meio de informação para a população são os canais oficiais, evitando o compartilhamento de notícias falsas”.

Treinamento

A SES-MG vai realizar um treinamento com os médicos da rede assistencial de São João del-Rei, nessa quarta (25 de outubro), com objetivo de orientar a rede de saúde para detecção e tratamento oportuno de casos suspeitos de infecção, com a identificação dos devidos diagnósticos. 

“Em casos de sintomas como febre e garganta inflamada, a orientação é procurar uma Unidade Básica de Saúde para diagnóstico correto e tratamento adequado”, orientou.

Entenda os casos

Andreia Pereira Donato, de 43 anos, é uma das mães que fizeram uma manifestação nesta terça-feira (24 de outubro), em frente à Prefeitura de São João del-Rei. A mulher afirma que tudo começou há pouco mais de um mês, quando um menino, de 11, passou mal na escola com dor de garganta e vômito.

Ele foi levado a Upa da cidade, onde o médico receitou analgésicos e antibiótico. No dia seguinte, a criança piorou e foi internada na Santa Casa da Cidade, onde morreu dias depois. “Logo depois, veio o caso de uma menina de 3 anos que morreu após ter os menos sintomas, ela teve ainda febre alta e marcas arroxeadas pelo corpo”, conta.

O último caso, segundo Andreia, ocorreu nessa segunda (23 de outubro), quando uma menina de 10 anos morreu também com sintomas semelhantes. O enterro da criança aconteceu nesta terça (24 de outubro), no cemitério Nossa Senhora das Mercês.

De acordo com o município, a maioria dos pacientes passou por avaliação médica, na rede pública ou privada, e o quadro de saúde deles é estável.