Uma nova explosão em uma fábrica de fogos de artifício de Santo Antônio do Monte, na região Centro-Oeste de Minas, deixou duas pessoas mortas na manhã desta sexta-feira (7). Com isso, chega a 11 o número de mortos no município desde 2013.
As informações iniciais da Polícia Militar (PM) apontam que o acidente aconteceu por volta das 7h30, tendo destruído dois barracões da fábrica de fogos Apolo, que fica na zona rural do município. Além das duas vítimas fatais, ninguém ficou ferido.
O fogo foi controlado pelos próprios funcionários da empresa e por policiais militares que chegaram ao local. Ainda não há informações sobre a situação legal da empresa onde aconteceu a explosão.
O TEMPO conversou com o presidente Sindicato dos Trabalhadores das Fábrica de Fogos Artifício (Sindifogos), Antônio Camargos, que informou que o acidente aconteceu na região conhecida como Fazenda Capão Amarelo. "Chegamos depois que a situação estava controlada. Só estavam as duas vítimas fatais nos cômodos que explodiram, com isso ninguém ficou ferido, felizmente. Um dos corpos estava dentro do local e o outro foi achado já na parte de fora", detalhou.
As vítimas já foram identificadas como Arnaldo Monteiro, de 41 anos, que é nascido em Contagem, na grande BH, mas vivia em Lagoa da Prata, também no Centro-Oeste mineiro, e Cláudio Lima de Oliveira, de 38 anos, que vivia em Santo Antônio do Monte, mas é nascido em Guaratinga, na Bahia.
Ainda segundo o Sindifogos, os dois funcionários atuavam na manipulação e colagem de bombas de pólvora branca, que é uma atividade considerada extremamente perigosa. Além disso, o tempo seco aumenta os riscos de acidente.
A perícia da Polícia Civil (PC) e o Exército Brasileiro, que faz a fiscalização de explosivos, estão se encaminhando para a cidade. Além disso, o Ministério Público do Trabalho também envia uma equipe ao local para garantir todos os direitos dos familiares das vítimas e verificar se a situação da empresa era legal.
Histórico
A cidade é um pólo mundial na fabricação de fogos de artifício e, consequentemente, também é sempre palco de tragédias envolvendo estas empresas, algumas delas clandestinas. Conforme o sindicato, há mais de um ano não se registrava acidentes com vítimas, mas que várias outras ocorrências sem vítimas foram registradas neste período.
Em março de 2015 três pessoas morreram após uma explosão, causando grande comoção no município de pouco mais de 27 mil habitantes. Após fiscalizações, duas fábricas acabaram interditadas no local. Um ano depois, em março de 2016, um novo acidente matou um homem.
Já em 2014 foi registrada a pior tragédia envolvendo este tipo de fábrica, quando quatro pessoas morreram. Em 2013 outras duas pessoas morreram em outra explosão.
Atualizada às 11h45