Aos 87 anos, a mãe da professora Adriane Zumira dos Santos, 48, foi uma das primeiras pessoas a chegar ao velório da filha no cemitério Belo Vale, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (17). Segundo ela, e outros familiares da mulher, que morreu nessa segunda-feira (16) durante uma cirurgia de redução de mama em uma clínica de estética da capital, o rosto da professora não é o mesmo devido a quantidade de hematomas, o que, para eles, coloca em cheque as informações do médico de que ela teria morrido após a aplicação de uma anestesia. 

Adriane chegou por volta das 7h dessa segunda-feira (16) ao Centro Médico São Fidélis, no Barro Preto, região Centro-Sul da capital mineira, para fazer uma cirurgia de redução das mamas. Por volta das 10h, a família foi informada pela clínica que ela havia tido uma complicação médica. Ao chegarem ao local, receberam a notícia da morte de Adriane.

Os advogados da clínica disseram que o efeito colateral da anestesia aplicada pode ter provocado a morte da paciente. Foi usada uma anestesia chamada raquianestesia, quando a substância anestésica é aplicada na coluna e a paciente fica consciente, ao contrário da anestesia geral, quando a pessoa fica em coma induzido. De acordo com os advogados, esse tipo de anestesia foi escolhido para a paciente por se tratar de uma técnica corriqueira para o procedimento. 

Prima de Adriane, a empregada doméstica Elizabeth Rosa afirmou que situação assusta. “Ela está com uns caroços muito roxos na cabeça. Sobre anestesia, a família ficou sabendo pelo jornal Super. A família só quer uma resposta, porque a pessoa sai de casa sadia, até maquiada, e volta assim? Aliás, nem volta? A gente quer saber o porquê, a resposta. A clínica fica aberta e vai continuar matando gente. Ela era uma pessoa saudável, estava com os exames todos certos para fazer. Ela está toda deformada. Ela não é a minha menina, não a que está lá dentro”, disse.

Segundo a família de Adriane, o médico chegou a fazer a incisão nos seios dela para o procedimento, mas a professora teria morrido antes da cirurgia. “Ela pagou R$ 8.000. Juntou esse dinheiro com muito sacrifício para fazer essa cirurgia porque ela estava na fila do SUS esperando. Não foi por vaidade, por estética. Ela estava querendo fazer a cirurgia porque estava com desvio na coluna já, porque era muito peso”, afirmou Elizabeth.

“É uma dor que não tem explicação. Dói é lá dentro. Não adianta ficar chorando porque dói é lá dentro. Eu cuidei dela desde pequena. Eu estou sentindo muito mesmo”, completou a prima da professora.