O fisiculturista Allan Guimarães Pontelo, 25, morreu após ser estrangulado, conforme uma fonte extraoficial que teve acesso ao laudo da necropsia feita no corpo do rapaz. O crime aconteceu no último dia 2 de setembro, dentro da casa de shows Hangar 677, no bairro Olhos D’Água, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Pontelo, contou a fonte, também foi agredido “com covardia”, o que provocou lesões em seu rosto.
Nesta terça-feira (24), a Polícia Civil prendeu três suspeitos do crime, cumprindo mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça. Um quarto envolvido não foi encontrado e é considerado foragido.
Ainda de acordo com a fonte, dos três presos, um não é segurança. A profissão e a relação dele com Pontelo não foram divulgadas. O delegado Magno Machado, responsável pelo inquérito, não confirmou as informações. Ele só vai se pronunciar após o fim das investigações.
Na manhã desta terça-feira (24), o advogado Ércio Quaresma, que defende três funcionários da Cy Security que trabalhavam na boate, confirmou que Pontelo sofreu uma lesão no pescoço, mas não deu detalhes. “Não teve fratura no pescoço, houve uma lesão, sim, mas a cervical não foi rompida”, disse.
Prisões. Foram presos nesta terça-feira (24) Delmir de Araújo Dutra, Carlos Felipe Soares e Paulo Henrique Pardin de Oliveira. De acordo com o advogado, Dutra seria o coordenador de segurança e Soares teria sido apontado como o responsável pela imobilização da vítima. O terceiro não é representado pelo advogado. “Hoje, no Brasil, se prende para, depois, apurar. O Delmir é coordenador de segurança e não teve contato físico com Allan”, garantiu.
Já o advogado Geraldo Magela e Lima, que representa a família de Pontelo, enfatizou que os parentes do fisiculturista tinham a certeza de que se tratava de homicídio. “Essas prisões, na verdade, confirmam isso (o crime) porque para decretar prisões, é preciso que haja um crime de homicídio. A família sabia que não houve uma overdose, que não houve uma parada cardíaca”, finalizou.
Defesa de seguranças pede perícia particular
A assessoria de imprensa da empresa CY Security, para a qual os seguranças trabalhavam, informou, por meio de nota, que o advogado Ércio Quaresma considera que as prisões foram precipitadas, já que o laudo é inconclusivo. A defesa contratou uma empresa para realizar uma nova perícia particular. O resultado deve ficar pronto em 30 dias.
A equipe informou ainda que uma substância conhecida como Cetamina (anestésico usado como entorpecente) foi encontrada no corpo de Allan Pontelo e que o laboratório da Polícia Civil não teria a tecnologia necessária para apontar a quantidade exata ingerida pelo rapaz. “Há questões que nós ainda vamos ponderar. Há lacunas que reclamam reconhecimento”, argumentou Quaresma.
Boate. A Hangar 677 informou nesta terça-feira (24), também por meio de sua assessoria, que não vai se pronunciar sobre as prisões nem sobre os laudos. A equipe argumentou que o espaço de eventos não tem relação com a segurança, que é terceirizada.
Saiba mais
Repercussão. No Facebook, a notícia da prisão de três suspeitos de matar o fisiculturista Allan Pontelo foi recebida com alívio. “Ainda bem, a justiça começando ser feita”, comentou uma internauta. “Chega de impunidade nesse país”, escreveu outro. A página “Justiça Allan Pontelo” foi criada na rede social por seus pais e amigos, segundo eles para que a morte do fisiculturista não seja esquecida.
Defesa. A mãe de Paulo Pardin, Anita Pardin, acredita na inocência do filho. “Ele me contou que viu a confusão e foi pedir ajuda”, disse.