O secretário municipal de Fazenda, a controladora interna da Câmara Municipal e um empresário do ramo da construção civil foram presos preventivamente durante a operação Feliz Ano Novo, realizada em Monte Carmelo e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, realizada nessa terça-feira (10). Mandados de prisão e busca e apreensão de documentos e provas foram cumpridos. A operação foi realizada  pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça de Monte Carmelo e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GCOC), com o auxílio das polícias Civil e Militar de Minas Gerais. A operação envolveu 35 militares e quatro servidores do MPMG, além dos promotores e procuradores de Justiça integrantes do GCOC.

A decisão judicial determinou, ainda, o afastamento dos cargos e funções públicas dos presos preventivamente e também do pregoeiro e presidente da Comissão Permanente de Licitação da Prefeitura, de outro membro da comissão de licitação local, do contador da Prefeitura e do pregoeiro do Departamento de Água e Esgoto de Monte Carmelo.

Foi determinado ainda que todos os investigados mantenham distância e fiquem impedidos de manter contato com as testemunhas da investigação. Essa determinação inclui, além dos investigados, outros dois empresários da construção civil, um médico e um secretário municipal de Catalão, em Goiás.

Foram apreendidos mais de 20 computadores e documentos na Prefeitura e na Câmara Municipal de Monte Carmelo, em um escritório de contabilidade e em mais 12 endereços, sendo quatro deles em Uberlândia. O material apreendido durante a operação Feliz Ano Novo foi encaminhado à sede do MPMG em Monte Carmelo para análise e conclusão da investigação.

Entenda o caso
Segundo promotores de Justiça responsáveis pela operação, dados apontam para a formação de uma estruturada organização criminosa, na qual estão envolvidos servidores públicos de Monte Carmelo, bem como políticos que foram derrotados nas eleições de 2012 na cidade.

De acordo com as investigações, a organização atuou em processos licitatórios realizados em 2013, em Monte Carmelo, voltados a limpeza de vias públicas e praças, bem como a reformas de unidades de saúde do município. Esses processos sequer eram realizados de verdade. As empresas envolvidas no esquema participavam apenas para dar aparência de legalidade ao certame, quando, na realidade, já estava tudo direcionado à vitória das empresas eleitas pelo grupo para prestar os serviços e cometer crimes contra a administração pública local.

A investigação já conta com 14 volumes de documentos, inclusive interceptações telefônicas e gravação ambiental dos investigados, e segue em caráter reservado, pois envolvem provas resguardadas por sigilo constitucional. Os dois homens e a mulher estão no Presídio de Monte Carmelo.

Atualizada às 16h19.