Os militares do Corpo de Bombeiros tiveram muito trabalho na manhã desta quarta-feira (22) no centro de Belo Horizonte. Para além do incêndio que deixou mais de 40 feridos no Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), no bairro Funcionários, região Centro-Sul, os militares também atuaram para controlar um princípio de incêndio causado por um curto-circuito no prédio do Serviço Social do Comércio (Sesc) na rua Tupinambás, instantes antes.
De acordo com a corporação, os militares estiveram no local e controlaram a situação "rapidamente", e seguiram direto do edifício para a instituição de ensino em chamas. Os dois atendimentos ocorreram em um intervalo de poucos minutos e cerca de 2 km de distância um do outro.
Apesar dos bombeiros classificarem o primeiro atendimento como "sem gravidade", imagens obtidas por O TEMPO mostram dezenas de trabalhadores na rua após o prédio ser evacuado por causa das chamas. Por telefone, a reportagem confirmou que o prédio está vazio e os trabalhadores foram liberados.
Por nota, o Sesc informou que as atividades do Edifício-Sede, Sesc Tupinambás e Sesc Central de Atendimento Olegário, foram interrompidas nesta quarta-feira (22) "devido a um problema externo na rede elétrica da Cemig, causado por furto de cabos".
"Essa ocorrência causou a interrupção de energia elétrica no prédio e, por esse motivo, os empregados foram liberados até que a situação seja solucionada. A Cemig informa que a energia será restabelecida até o final desta tarde", completou o serviço.
Questionada sobre o princípio de incêndio divulgado pelos bombeiros, a assessoria do Sesc confirmou apenas que houve um "curto-circuito". Já o Corpo de Bombeiros informou que, como os militares que atenderam a ocorrência estão no atendimento ao Instituto de Educação, não foi possível confirmar mais detalhes sobre o atendimento no prédio do sistema.
O incêndio no Instituto de Educação foi mais grave, e deixou, até a última atualização do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, 36 adolescentes feridos. Com a escola está bastante próxima da unidade de saúde, muitas vítimas se deslocaram a pé para a unidade de saúde.
Sem alarme de incêndio, os professores e funcionários precisaram gritar para que os estudantes deixassem o local. A escola é uma das mais tradicionais da capital, fundada em 1906, mas o prédio estava com certificado de segurança em regularização.
O incêndio atingiu dois cômodos do primeiro pavimento da instituição de ensino. Até o momento, os bombeiros informaram apenas que o fogo começou em uma sala com carteiras, mas que estava vazia, e se espalhou para o setor de arquivo, que ficava ao lado e teve dois armários atingidos. Vinte e cinco militares atuaram para controlar o fogo com a utilização de 8 mil litros de água.
Ao tomar ciência do caso, a escola realizou a retirada dos alunos, que saíam aos gritos, conforme vídeos que circulam nas redes sociais. Quatro viaturas da corporação estão no local, assim como ambulâncias do Samu e da Polícia Militar. Outras quatro ambulâncias do Samu também foram deslocadas para a ocorrência. Dois desses veículos são de atendimento médico avançado.
No local, alunos ficaram deitados na calçada à espera de atendimento após inalarem a fumaça do incêndio. Alguns deles tiveram em crise de pânico após o trauma. Dentro da edificação não foram encontradas vítimas, segundo o Corpo de Bombeiros.
Um princípio de incêndio é registrado na manhã desta quarta-feira (22) no Instituto de Educação, no bairro Funcionários, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Segundo as primeiras informações, as chamas iniciaram em uma sala de aula. pic.twitter.com/GdpmsR5GmL
— O Tempo (@otempo) March 22, 2023
Com informações de Lucas Gomes e Rayllan Oliveira