Pelo menos três gatos foram esquartejados, e outros três, envenenados no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no centro de Belo Horizonte, nos últimos três meses. A última morte por envenenamento ocorreu entre essa quarta (7) e quinta-feira (8). A denúncia foi feita pela educadora ambiental Giovana Fraga e confirmada pela prefeitura de Belo Horizonte, por meio Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ao jornal O TEMPO, nesta quinta (8). Entretanto, o órgão não informou o número de felinos mortos.

De acordo com Giovana, os gatos foram encontrados em pontos distintos do parque, e ainda não há pista de quem possa ter feito a crueldade. “Há cerca de um ano, os animais estão sendo maltratados, especialmente por pessoas que levam pit bulls até o parque para correr atrás dos gatos. De três meses para cá, entretanto, o número de maus-tratos aumentou consideravelmente”, comenta ela, que, há 22 anos, trabalha como protetora de animais.

Segundo ela, a falta de controle no lugar pode favorecer a ação do criminoso. “Seria necessária a instalação de câmeras e a maior presença de guardas municipais no parque para que, de fato, essa ação seja fiscalizada e monitorada”, adianta. 

A secretaria informou que está em curso uma investigação para apurar a causa da morte dos felinos.

A educadora informou que os mais de cem gatos existentes no parque são identificados, castrados e vacinados. “Mas há muitas pessoas que vêm e soltam os animais lá. Assim, é difícil manter o controle”, adianta.

Audiência discutirá tema

No próximo dia 20, ocorrerá audiência pública na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte, às 19h30, momento em que o assunto será discutido. Confirmaram presença o vereador Léo Burguês (PSL) e o protetor de animais Charles Porto, além da própria Giovana.

“Vamos tentar pensar em soluções para esses gatos que estão no parque. Já tentamos construir um gatil, mas o projeto foi recusado. Então, a prefeitura pode nos ceder um terreno para que se faça um santuário para onde os gatos podem ser levados”, pontua.

Ela pede que a população compareça em peso à sessão para que o poder público seja pressionado a tomar alguma ação. “Caso contrário, fica uma mesa formada apenas por autoridades”, prevê.

Giovana afirma ainda que vai entrar em contato com a Polícia Militar para registrar boletim de ocorrência que será levado para a audiência.

Detenção de 3 meses a um ano

A pena para quem pratica maus-tratos a animais é de detenção de três meses a um ano mais multa, conforme previsto no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais 9605. A legislação prevê ainda aumento de pena de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.