O ginecologista de 74 anos, suspeito de abusar sexualmente de pacientes e funcionárias, acabou preso na manhã desta segunda-feira (16) após cumprimento de mandado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Além disso, outro mandado, porém de busca e apreensão, precisou ser cumprido pelos agentes na casa do médico e em seu consultório.
Vinte mulheres o denunciaram ao longo de pouco mais das duas últimas semanas por importunação sexual e por ter cometido abusos contra elas durante o expediente ou em consultas de rotina. O primeiro caso chegou à polícia ainda no fim do mês de novembro e, apesar de ter sido detido em flagrante, o ginecologista custeou a fiança sugerida pela Justiça e foi solto.
O inquérito em relação a ele já foi concluído e, agora, é aguardada a decisão judicial. Outros detalhes a respeito da investigação sobre os abusos serão repassados à imprensa na tarde desta segunda-feira por Isabella França e Juliana Califf, delegadas à frente do caso no Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família (DEFAM).
Relembre
Após a conclusão do primeiro inquérito, nascido da denúncia de assédio de uma paciente contra o ginecologista em uma maternidade na região Leste de Belo Horizonte, outras 19 mulheres procuraram a PCMG para acusar o médico de conduta imprópria durante consultas. Ainda não se sabe o teor das denúncias
Ao todo, são 20 registros contra o profissional, entre eles aquele cuja denúncia já foi investigada e comprovada. Por ele, o médico acabou indiciado por importunação sexual, crime com pena que varia entre um e cinco anos de reclusão. A primeira paciente denunciou o ginecologista após uma consulta onde ouviu comentários agressivos por parte do médico.
Ela foi até a maternidade em 27 de novembro para verificar seu DIU recém-colocado, e foi assediada durante o atendimentos. Segundo a jovem de 22 anos, o médico teria dito que ela tinha uma "periquitinha quente".
Após o acontecido, a mulher seguiu para a delegacia. O médico de 74 anos acabou detido, mas pagou fiança dois dias depois, em 29 de novembro, e pôde seguir em liberdade. Sua defesa alegou que não há elementos suficientes para mantê-lo preso, e que a inocência do cliente será comprovada.
Antes, no dia da soltura do ginecologista, o inquérito havia sido concluído e ele indiciado. Logo que o caso chegou a público, a Maternidade Santa Fé, hospital particular no bairro Santa Tereza, na região Leste, onde o médico atendia, se posicionou sobre o assunto e comentou à reportagem que o profissional está afastado de suas atividades.