O governador Romeu Zema inaugurou uma nova ala de tratamento para Covid-19 no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (9). Foram entregues 12 novos leitos para terapia semi-intensiva, incluindo respiradores e equipamentos necessários para atender pacientes em estado crítico. Os leitos também podem ser usados para tratamento em UTI.
“Nós temos feito o maior investimento na região metropolitana, inauguramos 30 leitos em Betim, e devemos inaugurar mais 90. A região metropolitana não está ficando desassistida. Se alguma prefeitura tem que reclamar, eu diria que é dos governos anteriores. O governo anterior tirou das prefeituras R$ 7,2 bilhões, e eu estou pagando esse dinheiro e não estou tirando nada. E talvez as coisas deveriam ser analisadas com dados, e não com suposições. O meu relacionamento com a maioria dos prefeitos é muito bom, mas é lógico que não podemos agradar a todos. Não faltará leito em BH no que depender do Estado", disse Zema.
O governador ainda continuou falando dos leitos abertos recentemente em Betim, na região metropolitana de BH. “Cidades como Betim estão atuando muito bem. Me parece que quem está fazendo não está reclamando, isso que eu tenho visto aqui na região metropolitana de Belo Horizonte. Muita gente correndo atrás, prefeitos abrindo leitos, mas eventualmente parece que tem alguém que não fica satisfeito. Mas nós não vamos deixar faltar leitos. Onde o prefeito não atuou bem, sabemos que será um ônus para o Estado, mas sabemos que funciona dessa maneira”, informou Zema.
Ao todo, foram investidos cerca de R$ 7 milhões para a abertura da nova ala na unidade hospitalar no Barreiro, uma das referências na capital no tratamento de doentes com o novo coronavírus. Os recursos são vindos da Vale. Para esta sexta-feira (10) está prevista a inauguração de mais leitos no Hospital da Baleia, mas o Estado não informou detalhes de quantos nem se são de alta ou baixa complexidade para o tratamento de pacientes com Covid-19.
A obra no Hospital Eduardo de Menezes era pleiteada há dez anos. Desde que prometeu a ampliação dos leitos, o atual governo de Minas disse ter gastado 60 dias para construir a nova ala na unidade, que é referência no Estado para tratamento de doenças infectocontagiosas. A nova ala vai ampliar a capacidade atual, que conta com 30 leitos de terapia intensiva e 53 de enfermaria.
“Essa ampliação era um desejo antigo do hospital. Esse hospital como todos devem saber é referência em doenças infectocontagiosas, e uma vez por ano a gente lida com epidemias, como a dengue. Além disso a gente lida com pessoas com doenças infectocontagiosas que precisam desse tipo de leito. Então, é muito importante esse tipo de leito de retaguarda para dar melhor assistência", comemorou a diretora do hospital, Virginia Zambelli.
Leia também: Minas Gerais tem novo recorde de mortes por Covid-19
Ao custo de R$ 60 mil cada respirador, o Estado já anunciou que deve entregar até o fim do mês 1.047 equipamentos, que, segundo a pasta, já vão ser encaminhados diretamente aos hospitais para tratar pacientes com o novo coronavírus.
Para a abertura dos leitos foram entregues 12 respiradores Bipap e dois cardioversores ao hospital. O valor investido na compra desses equipamentos foi de aproximadamente R$ 24 mil.
O governador Romeu Zema ainda lembrou que o governo conseguiu aumentar em 61% o número de leitos desde o início da pandemia, em março. Segundo ele, as medidas conseguiram fazer com que pico da doença fosse postergado, dando tempo para o Estado se preparar. Em fevereiro eram 2.072 leitos de terapia intensiva, e agora são 3.356 unidades de UTI.
Medicamentos
Questionado sobre a falta de medicamentos para entubar e sedar pacientes no Estado, o secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, explicou que não é responsabilidade do governo de Minas a compra dos medicamentos, mas sim dos prestadores de serviço. Ainda assim, o Estado buscou alternativas para que nenhuma unidade fique desabastecida.
“Inicialmente a compra de sedativos é de responsabilidade de compra do prestador. O medicamento está dentro da conta hospitalar. Uma vez que sabemos que tem o desabastecimento que é mundial, o governo de Minas buscou o máximo de alternativas para isso, como a suspensão ou a redução de cirurgias eletivas. Sabíamos que teríamos um pico, começamos em março as licitações para compra de medicamentos quando tínhamos um desabastecimento grande, sem concorrentes naquele momento, formalizando a compra. Temos que lembrar que fazer a compra não significa entrega imediata que depende dos laboratórios”, frisou o secretário.
Sobre a abertura do hospital de Campanha do Expominas, Carlos Eduardo Amaral disse que no início da próxima semana a unidade já pode começar a operar minimamente.
“Em relação ao hospital de campanha, estamos procedendo as ações finais da abertura, e no início da semana que vem será possível algum grau de abertura do hospital de campanha. O que precisamos deixar claro é que o hospital de campanha será aberto para ser um colchão. Ele tem um perfil de leitos clínicos de menor complexidade, e vai servir para que a equipe da Fhemig tenha condição de aumentar o giro de leitos de pacientes que saíram da terapia intensiva para esse leito”, explicou o secretário.
Atualizada às 11h35