O subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas Gerais, Dario Ramalho, admitiu que pode haver subnotificação de casos de coronavírus no Estado: “A estimativa com a qual nós trabalhamos é de um para cada dez casos”, afirmou em coletiva de imprensa nesta terça-feira (26). É um número ainda maior do que o apresentado por um estudo nacional da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), divulgado na segunda-feira (25), com apoio do Ministério da Saúde. A pesquisa estimava que há sete casos para cada confirmação no país.
“Na lógica da vigilância, é natural supor que haja algum grau de subnotificação ou subdetecção para qualquer patologia. Em especial para a Covid-19, que se transmite de forma assintomática. É um dos motivos para a pandemia ser tão desafiadora”, justificou Ramalho. Ele lembrou que há pacientes que sequer apresentam febre, por exemplo, mas mesmo assim podem transmitir a doença sem ter procurado atendimento médico.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) reforçou que, no caso de doenças de transmissão assintomática, seria natural supor uma taxa maior de contaminação e que há registros na literatura científica que indicam que esse pode ser o caso da Covid-19. Ainda assim, a estimativa não foi utilizada para prever número de casos, de leitos e óbitos em Minas. Os dados utilizados são os casos notificados, suspeitos e confirmados até então.
A possibilidade de testes de coronavírus em massa ainda é descartada pela SES-MG, conforme detalhou o secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, na mesma coletiva. “Estamos fazendo uma análise pormenorizada de qual seria o objetivo efetivamente de uma testagem em massa. Testar 21 milhões de pessoas para saber se têm a doença naquele momento e ter que testar depois de uma semana, 15 dias, não tem razoabilidade prática”.
Ele também reforçou que os 551 mil testes rápidos distribuídos pela secretaria entre municípios do Estado devem ser realizados principalmente em profissionais de saúde e de segurança pública que já apresentaram sintomas a fim de saber quando poderão retornar ao trabalho.