Expectativa

Governo prevê reabrir museus da Praça da Liberdade na segunda quinzena deste mês

Nem todas as instituições têm data certa para abertura, entretanto; vendedores ambulantes aguardam funcionamento dos espaços retomar para alavancar vendas

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 11 de outubro de 2020 | 16:22
 
 
 
normal

Os museus de Belo Horizonte estão autorizados pela prefeitura da capital a reabrir as portas desde a última sexta-feira (10), mas ainda se organizam para voltar a receber visitantes e não têm data certa de retorno. Segundo a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), a previsão inicial é reabrir os espaços do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, mantidos pelo Estado em parceria com empresas, na segunda quinzena de outubro. 

Mesmo assim, alguns dos locais já sinalizam que podem abrir mais tarde, como o Museu das Minas e do Metal, que prevê as visitações presenciais apenas para dezembro. Outros, como o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), não estabelecem uma data para reabrir, mas explicam que avaliarão as normas municipais para montar um plano. 

Os protocolos municipais para funcionamento dos museus incluem limitação de um visitante a cada 5m², agendamento prévio e venda de ingressos online, além da habitual obrigatoriedade do uso de máscara e da utilização de álcool em gel.

Ambulantes e frequentadores da Praça da Liberdade aguardam esperançosos reabertura de museus

Enquanto os locais não reabrem as portas, o público aguarda com esperança na Praça da Liberdade. Em outubro de 2019, só os estabelecimentos culturais na região da praça receberam 235 mil visitantes, durante o mês que foca na programação infantil. Na manhã deste domingo (11), véspera do Dia das Crianças, porém, a movimentação na praça era tranquila, entre ameaças de chuva. 

O funcionamento dos museus ajuda a atrair consumidores para os ambulantes da praça, que têm visto a clientela minguar nos últimos meses. O pipoqueiro Epaminondas Couto, 69, costumava vender pipocas de terça-feira a domingo ao lado do Espaço do Conhecimento UFMG. Ele é um dos quatro pipoqueiros que se espalhavam pela praça neste domingo, mas, quase sem vender pipocas, conta que só está no ponto para manter a cabeça ocupada. 

"Fiquei em casa quase cinco meses, e agora saio para não ficar amarrado. Hoje tem pouca gente aqui, porque fica nesse chove não chove e os pais não trazem as crianças pra praça", diz. Por ora, ele só tem ido à região aos finais de semana e aguarda a reabertura dos museus para trabalhar mais dias e recuperar as vendas.

A vendedora ambulante Nilza Sena, 50, vende brinquedos na praça há 20 anos, em um pano estendido no chão. Nesta véspera de Dia das Crianças, vendeu apenas um kit de fazer bolinhas de sabão e aposta que a retomada dos museus aumentará a clientela. "Está devagar, mas, quando reabrirem, melhora. Não tenho medo (de trabalhar na rua durante a pandemia), mas a gente fica nervosa", elabora. 

Sem aglomerações, a praça concentrava pequenos grupos de famílias e de amigos durante o final da manhã. O arquiteto Alexandre Nagasawa, 40, aproveitou o feriado para manter um hábito da família e passear com a filha, Olga, de 4 anos, e diz que pretende retornar aos museus assim que reabrirem. "O fluxo de pessoas diminui bastante sem os museus, eles eram nosso ponto de encontro", diz. 

Lucas Tobias, de 10 anos, também passeava com a família pela praça. Geralmente, ele viaja com os pais durante o feriado, mas prevê um Dia das Crianças atípico neste ano. "Vai ser diferente ficar trancado em casa", resume. Quando o circuito cultural da praça retornar, o passeio da família já está marcado: será no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Com 30 anos de trabalho na praça, o vendedor ambulante de bebidas Maurício Medeiros, 48, conta com a retomada dos espaços culturais para voltar a vender — inclusive para a clientela internacional, quando o fluxo de viagens recomeçar. "Vendendo ou não, a gente traz alegria conversando com as pessoas na praça. Agora, fica aqui, só olhando árvore", resume.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!