As pessoas que residem nas proximidades do possível "cativeiro de crianças" encontrado, nesta quinta-feira (2 de março), no bairro Imperador, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte, revelaram detalhes da rotina da casa e dos moradores do terreno, que possui diversas moradias pequeninas e uma construção com portas e passagens concretadas. Entretanto, todos eles quiseram falar em anonimato por medo, já que a dona do terreno onde o possível cativeiro foi localizado está desaparecida.
A mulher que no bairro atendia pelo nome de Maria, e em Belo Horizonte era conhecida como Terezinha, é suspeita de manter duas crianças de 6 e 9 anos em cárcere privado. As crianças foram localizadas em um apartamento no bairro Lagoinha, na região Oeste de Belo Horizonte. A mãe das crianças, uma mulher de 30 anos, está presa desde o dia 6 de fevereiro. Ela é suspeita de ter praticado maus-tratos contra o filho, de 4 anos, que morreu ao dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Joaquim de Bicas.
Conforme os vizinhos da mulher suspeita de manter crianças em cárcere privado a mulher gostava de ser chamada, em São Joaquim de Bicas, de "Maria Mãe de Santo". A mulher era conhecida por espalhar o pânico entre os moradores do bairro Imperador.
Um dos moradores da região teria sido expulso da própria moradia, que ainda estava sendo construída, pela mulher. "Não sabemos o que ela disse pra esse homem, mas, ele nem terminou de construir a moradia e desapareceu", revelou um morador da região em anonimato.
Outro vizinho que o muro faz divisa com o terreno da mulher contou que os dois chegaram a ter uma desavença porque a mulher teria pegado um pedaço do terreno dele para construir um barracão de lona.
A mulher teria dito para esse vizinho que se ele reclamasse chamaria os amigos e parentes dela para matá-lo. Com medo, esse vizinho teria parado de reclamar e a mulher teria pegado para si parte do terreno. "Não paguei para ver do que ela é capaz. Parei de brigar e ela me deu paz", comentou outro morador.
Além disso, o filho da mulher teria invadido uma moradia na mesma rua que a mãe morava. Ele conversava com os vizinhos e contava que era solteiro, morava sozinho, só guardava o carro no local e passava a maior parte do tempo na casa da mãe.
Vizinhos já viram o filho da mulher na mata que fica atrás da casa deles pegando lenha junto com as crianças de 6 e 9 anos, encontradas encarceradas. "Essa crianças trabalhavam muito pegavam lenha o dia todo", revelou outro morador da região.
O que também chamava a atenção dos vizinhos era a quantidade de materiais de construção que chegava na residência. "Não sabia que no terreno dela tinha tantas casas. Achava que ela construía uma casa muito grande. Hoje, entendi, depois que a polícia abriu o local", comentou um morador da região.
Mulher carregava uma bengala
No que se refere a aparência dessa mulher que é procurada pelas forças policiais a bengala que ela carregava também chamava a atenção. Conforme os moradores da localidade ela era morena, baixinha e andava se apoiando em uma bengala. Bengala que chamava a atenção porque ela não mancava. "Ela não mancava e andava segurando essa bengala como se fosse um pedaço de pau", comentou um vizinho.