Os gritos da irmã de um empresário de 46 anos na porta do apartamento dele, demonstravam a preocupação: a mãe dele esperava o filho para almoçar nesta segunda-feira (15) antes de ser comunicada do assassinato brutal do filho. O homem foi encontrado morto com os pés e as mãos amarrados a cabos de energia dentro do quarto, no segundo andar de um prédio no bairro Serrano, na região Noroeste da capital. 

“Meu irmão, meu companheiro. Minha mãe está esperando ele, para eles almoçarem e deitarem juntos lá. Ele era o xodó dela. Eu não entendo”, afirmava a irmã, desesperada, enquanto a Polícia Civil fazia a vistoria no local. A vítima foi encontrada pelas duas irmãs em um apartamento que visita esporadicamente. Sem conseguir contato com o irmão desde a noite do último sábado, as mulheres decidiram procurá-lo no local e o encontraram morto. A suspeita inicial da polícia é a de que ele tenha sido vítima de latrocínio por alguém que tenha levado ao apartamento para ter relações sexuais.

De acordo com a PM, o homem foi morto por asfixia. “A gente recebeu a chamada de que uma pessoa havia sido encontrada morta pelos familiares. A princípio ele não tem nenhuma perfuração, o que é um sinal de asfixia mesmo. Ele estava amarrado. Não há sinais de arrombamento. A porta estava aberta, encostada, quando ele foi encontrado. É complicado afirmar qualquer coisa agora porque são questões que serão apuradas nas investigações”, afirmou o tenente Rafael Jhonson, do 34ªº Batalhão da Polícia Militar, que atendeu à ocorrência.

Segundo alguns vizinhos ouvidos pela reportagem, o empresário era pouco visto no bairro. “Era muito difícil ver ele. Fim de semana a gente só ouvia ele abrir a porta para entrar e sair. Vi muito pouco. Mas nunca incomodou ninguém. Sempre foi muito calado, muito tranquilo. É triste demais ver algo assim acontecer aqui. Hoje eu estava acabando de levantar quando ouvi os gritos das irmãs dele. Ninguém merece passar por isso. Ninguém merece uma dor dessa”, afirmou uma das vizinhas da vítima, uma mulher de 74 anos.

Para a família, dificuldade maior será a reação da mãe da vítima, uma mulher de cerca de 70 anos. O empresário havia acabado de comprar uma casa própria para a mãe, onde morava com ela, e instalado nos fundos a empresa de refrigeração, que presta serviço de instalação em estabelecimentos comerciais.
 
O carro dele não foi encontrado no local e parentes também deram falta de eletrodomésticos, o que, para a polícia, justifica a linha de investigação do latrocínio. O caso, contudo, ainda passará por diligências. A perícia da polícia civil esteve no imóvel e recolheu objetos como copos e sacos de lixo para realizar a leitura de digitais.