O diretor técnico do hospital Lifecenter, um dos mais importantes da rede privada em Belo Horizonte, José Américo Bahia, disse, em entrevista exclusiva durante a Live do Tempo desta quarta-feira (15), que o centro médico está trabalhando com uma taxa de ocupação de 85% das UTIs, tanto para casos da Covid-19, quando para os demais.
Ele fez o comentário ao ser questionado se o hospital recebeu o chamamento da prefeitura de Belo Horizonte. Bahia confirmou, mas explicou que não há "margem para negociar". No dia 2 de julho, a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA) autorizou a contratação de leitos da rede privada para tratar pacientes do SUS com suspeita ou confirmação de Covid-19 na capital. De acordo com a administração municipal, a contratação será de leitos de UTI adulto, em caráter excepcional e temporário, por meio de chamada pública para seleção simplificada. Na lista de hospitais com leitos habilitados, estão 15 instituições de saúde.
"Estamos com nossas UTIs bastante ocupadas. Hoje, a taxa de ocupação é de 85% tanto para casos Covid-19 quanto não Covid-19, que significa que tenho seis leitos vagos na nossa estrutura. É muito pouco. Não temos margem para negociar. A gente ocupa eles com muita rapidez. Ontem, a gente estava com 100% de ocupação nas quatro UTIs. É bastante dinâmico o dia a dia do hospital. É uma rotina que muda a cada hora, a cada dia", contou.
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Ele ainda comentou o fato de a rotina do hospital em tempos de pandemia ser complexa. "Profissionais de saúde, não apenas médicos, mas enfermeiros, fisioterapeutas e outros, mas também nosso pessoal administrativo, porteiros, copeiros, faxineiras, o dia está pesado para todo mundo que trabalha no hospital.
Bahia contou que o Lifecenter tem condições de expandir, caso haja necessidade. "No ano passado, fizemos uma expansão da UTI, abrimos mais uma com dez leitos, a gente já havia passado de 30 para 40 leitos. Se houver um aumento ainda maior no número de casos, nós podemos expandir, temos condição de transformar um andar do hospital ou até mesmo um centro cirúrgico, a sala de recuperação anestésica em uma UTI. Em termos de investimento para isso, nesse momento, a gente não vê necessidade. Se houver, vamos reavaliar", ponderou.