O incêndio na loja de doces e acessórios de confeitaria que ocorreu na manhã desta quinta-feira (13) em Contagem teria começado após chamas de uma fritadeira se alastrarem pelos isopores que estavam na cozinha do estabelecimento.
O dono do comércio, Geraldo Antônio Pires Ferreira, de 66 anos, fritava salgados para a neta levar para uma festinha que seria realizada na escola em que a garota estuda.
"Abri a loja normalmente e comecei a trabalhar. Por volta das 7h40, fui pegar um tabuleiro e, quando voltei, um monte de isopor já tinha pegado fogo, já estava aquela fumaça preta e não dava para fazer mais nada, foi só gritar por socorro", revelou o comerciante.
Ele contabilizou prejuízos da loja que, de acordo com ele, não tem seguro.
"Em torno de R$ 500 mil de perda. Estou completamente vazio. Estou de pé porque Deus está me segurando. Mas eu vou levantar", afirmou o vendedor.
Gritos de socorro
Os gritos de socorro de duas crianças, dois meninos, de 3 e 4 anos, que estavam no prédio de três andares onde funcionava a loja de doces que pegou fogo na manhã desta quinta-feira (13), foram o motivo para o vendedor Geovane Wagner, 26 anos, entrar no prédio em chamas para salvar as meninas, moradoras do local.
"Eles estavam gritando e a fumaça estava muito forte, estourando muito. A única coisa que pensei foi tirar eles de lá. Peguei a blusa de uma amiga para eles não inalarem muita fumaça. Um deles eu coloquei debaixo da minha própria blusa. Saí correndo. Isso faz ver o quanto a vida vale a pena", afirmou o jovem.
Estrutura comprometida
Por trás de toda a fumaça causada pelo incêndio causado, possivelmente, pelas chamas de uma fritadeira que se alastraram para tampas de isopor que estavam na loja, objetos retorcidos pelo calor e estrutura praticamente irreconhecível, segundo funcionários do local.
De acordo com o coordenador municipal de proteção e defesa civil, Samuel Lara, a loja será isolada. Os danos, de acordo com ele, podem ter se estendido ao restante do prédio de três andares onde funcionava o comércio.
"Será realizada vistoria em todos os apartamentos para avaliarmos os danos. Se houver, também serão interditados. Se não, os moradores serão orientados com relação a fumaça dentro do apartamento, que é muito tóxica. Toda essa avaliação será repassada junto ao Corpo de Bombeiros", explicou o coordenador.