Um grupo de indígenas da etnia Maxakali chegou nessa terça-feira (25) a Belo Horizonte e, até a tarde desta quarta-feira (26), permanecia na rodoviária da capital. Eles reclamam da falta de abrigos para passar a noite.

O grupo veio de uma tribo chamada Escola Floresta, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, com objetivo de permanecer por uma semana na capital. A ideia é comprar miçangas para fazer artesanato, mas um problema com o abrigo onde eles costumam ficar tem atrapalhado a estadia.

Segundo a liderança indígena Alexandre Maxakali, de 30 anos, a prefeitura tentou separar o grupo, que é composto por treze adultos - incluindo homens e mulheres - e sete crianças, o que eles não aceitaram.

"Chegamos ontem e tentaram nos levar para lugares separados, mas isso não aceitamos porque é parte da nossa cultura permanecer juntos", diz.

Outro ponto apontado por Alexandre é que nem todos do grupo são fluentes na língua portuguesa, o que dificulta a separação do grupo. Enquanto aguardam vagas, os indígenas seguem instalados na porta da rodoviária de Belo Horizonte.

O que diz a Prefeitura

Em nota, a prefeitura de Belo Horizonte esclareceu que a primeira tentativa de oferecer abrigo foi recusada pelos Maxakali. O grupo recebeu refeições e foi atendido pelo Serviço de Atendimento ao Migrante, no BH Resolve.

Ainda segundo a PBH, a assistência vai continuar acompanhando o caso e segue buscando vagas nos abrigos da capital para atender a demanda dos Maxakali.

"A Prefeitura de Belo Horizonte reforça que os serviços socioassistenciais continuarão acompanhando o grupo durante sua permanência no município, na perspectiva da garantia do acesso aos direitos fundamentais de cidadania, considerando as especificidades dos povos indígenas", diz o trecho da nota.