"Eu percebo que, quando ele está sentindo uma dor, ele quer vir para o peito. Então, o peito é um alívio de dor, não só alimento. Se ele está sentindo medo, friozinho, sono, ele quer vir para o peito. Porque ele sente que confia." A declaração é da designer de joias Rafaela Clark, de 35 anos, mãe do pequeno Gabriel, de pouco mais de um mês de vida. Os dois passaram pelo curso Bebê a Bordo, na Maternidade Odete Valadares (MOV), na região Oeste de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (30/7), e saíram da experiência ainda mais conectados. "Sabe quando a gente deita, se joga e confia? É a mesma coisa que sinto com ele", acrescenta Rafaela.

O curso ofereceu orientações sobre a amamentação, incluindo a forma correta de segurar o bebê e maneiras de facilitar e tornar mais leve a pega na mama. A iniciativa na maternidade é uma prévia do que será o mês de conscientização sobre a importância do aleitamento materno, conhecido como Agosto Dourado. A campanha faz parte do calendário das maternidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que, neste período, intensificam as atividades de estímulo, apoio e proteção à amamentação, diretamente com as famílias e os bebês.

A Odete Valadares, assim como o Hospital Júlia Kubitschek (HJK), em Belo Horizonte, e Hospital Regional João Penido (HRJP), em Juiz de Fora, são unidades certificadas como hospitais "Amigos da Criança" pelo Ministério da Saúde. Neste ano, a campanha tem como tema "Priorize a Amamentação: Crie Sistemas de Apoio Sustentáveis", ao reforçar que a amamentação exige o envolvimento e o compromisso de toda a rede de apoio.


Foto: Alex de Jesus / O TEMPO

"Amamentar é um direito e uma responsabilidade compartilhada, priorizar a amamentação é uma decisão estratégica de saúde pública e que depende de redes de apoio contínuas e eficazes", afirma a coordenadora do Banco de Leite Humano da Maternidade Odete Valadares (MOV), Karine Antunes. 

'Não é natural': Rafaela também precisou aprender a amamentar para se sentir mais conectada com o filho 

O mito de que a amamentação é um processo instintivo para todas as mães e bebês pode ser frustrante para algumas famílias. No caso da designer de joias Rafaela Clark, sozinha, ela não conseguia ajudar o pequeno Gabriel a encontrar a pega no peito. O projeto da Maternidade Odete Valadares (MOV) foi, então, a sua principal rede de apoio. "No início, a gente não aprende. Acha que vai acontecer de forma natural. Mas, então, vemos que não é assim. Precisa de amparo, de rede de apoio. O meu bebê não estava vindo para o peito", desabafa. 

Para Rafaela, o cuidado das equipes no momento de ensinar o pega da amamentação foi um diferencial. "Nós vamos para uma sala separada, eu não fico exposta. As profissionais da maternidade conversam comigo, me incentivam, falam: 'Você consegue'. Para mim, esse atendimento humanizado fez toda a diferença", diz.

O leite materno 

Fonte: Fhemig