Contas de energia mais caras assustaram os mineiros nas últimas semanas, quando começaram a chegar as primeiras faturas abrangendo o período de isolamento. Embora muitos tenham especulado que poderia haver erro na leitura ou aumento de tarifa, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) esclareceu que o aumento do consumo residencial foi que provocou o consequente aumento nas faturas.
A designer Bárbara Araújo, de 25 anos, conta que se assustou bastante ao receber a conta. "Eu estava esperando, sim, um aumento por causa do trabalho remoto, mas a variação de quase R$ 100 me surpreendeu", detalha. O consumo de Bárbara cresceu 23 kw/h, o que, para ela, não justifica o aumento tão grande no preço. "Vou precisar procurar a Cemig para entender", diz.
A mesma variação foi sentida pela servidora pública Danielle Saint Clair, 36, que mora com o marido e terá que desembolsar mais dinheiro para arcar com a despesa. "Eu imagino que não tenha havido erro da Cemig, porque estamos eu e meu marido trabalhando em casa, computador ligado quase 24 horas, televisão, som ligado, imagino que seja isso", afirma.
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A Cemig, por sua vez, esclareceu que não houve aumento na tarifa ou erro em massa nas leituras de consumo dos consumidores. Em reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o presidente da companhia, Reynaldo Passanezi Filho, afirmou que o aumento do consumo foi o único responsável pelo aumento nas contas. "O que pode acontecer é um consumidor indivudual ter um medidor com problema, temos uma taxa de 1 em cada 10 mil casos de erros de leitura, não existe a possibilidade de erro em massa", defende.
A companhia ainda ressalta que é importante que o consumidor observe a possibilidade do ciclo de faturamento ser maior, já que ele pode variar entre 28 e 33 dias. "No mês de abril, tivemos dois feriados, de Semana Santa e de Tiradentes, e se tiver sido um ciclo aumentado, o cliente tende a pagar uma conta mais cara, mas isso vai se equilibrar ao longo do tempo", explica gerente de Comunicação e Marketing da Cemig, Elieser Francisco Correia.
A Cemig também informou que, desde março, início da pandemia, criou a possibilidade de parcelamento de dívidas para consumidores inadimplentes. A negociação é feita diretamente pelo site cemig.com.br e o pagamento pode ser feito em até seis vezes.
Sobre reajustes, a Cemig revelou que o aumento anual previsto para entrar em vigor no último dia de maio - o que se refletiria apenas na conta de julho -, se for concretizado, deve ser de uma taxa próximo de zero. No entanto, algumas propostas estão sendo discutidas no poder Legislativo para que o reajuste não aconteça em 2020.
Economia
O engenheiro de Eficiência Energética da Cemig, Thiago Batista, reitera que a economia é o que pode aliviar o bolso dos consumidores no período e dá dicas de como diminuir o gasto de energia elétrica em casa:
- Reduzir o tempo no banho e, se possível, colocar o seletor de temperatura na posição "verão", o que reduz a potência em 30% e faz uma grande diferença na conta de energia.
- Não armazenar alimentos ainda quentes na geladeira, porque isso sobrecarrega o aparelho e aumenta o consumo. O eletrodoméstico é o segundo equipamento que mais consome energia em uma casa.
- Desligar o monitor do computador ao se ausentar por períodos curtos e desligar o computador quando terminar o uso.
- Desligar outros equipamentos ligados ao computador, como caixas de som e impressoras, quando eles não estiverem sendo utilizados.
- Desligar aparelhos em stand-by, aqueles ligados à tomada sem funcionar, pois eles também consomem energia.
- Sempre apagar as luzes ao deixar um ambiente e aproveitar ao máximo a luz do sol, abrindo bem as janelas e cortinas e permitindo a entrada da iluminação natural.