Construir uma casa, ajudar os pais, montar uma empresa, crescer profissionalmente. Estes são os sonhos do motoboy e vidraceiro Guilherme Rabelo, 27, que mora com os pais, a esposa e a filha de dois anos no bairro Santa Sofia, na região Oeste de Belo Horizonte. Porém, os planos dele foram interrompidos temporariamente no dia 18 de abril deste ano.
O jovem ia para casa de moto quando foi atingido por um carro que seguia no sentido contrário na rua Brás, no mesmo bairro. O acidente instalou o desespero na família que tem o pai afastado do serviço por questões de saúde, sofre com a crise financeira causada pelo coronavírus e conta com a fé e a solidariedade da população para conseguir uma prótese que custa R$ 25 mil e dará ao garoto a chance de continuar trabalhando. Emanuelly Beatriz, de 2 anos, espera ansiosa e diz que "quer ser médica para ajudar o papai".
A primeira a receber a notícia foi a esposa de Guilherme, Paola Oliveira, que ouviu de uma testemunha o que havia ocorrido com seu marido. A jovem correu e avisou a mãe do motoboy, Ana Maria Rabelo do Nascimento. "Na hora que minha nora me chamou eu pensei: a coisa é séria. Porque ele é um menino muito forte e se não fosse grave ele mesmo teria vindo e me contado para irmos para o hospital", diz Ana.
O temor também tomou conta do pai do rapaz, Jurandir Moreira do Nascimento, que esperava pelo pior. "Eu saí daqui com a sensação de ter perdido alguém. Quando cheguei lá agradeci a Deus, porque vi que ele estava lúcido", relata. Jurandir pensou que iria chorar a morte do segundo filho, já que o primeiro foi assassinado a tiros em um crime ainda não esclarecido para a família.
Guilherme foi levado para o Hospital de Pronto Socorro João XXII , onde ficou sabendo que teria que ter o pé amputado urgentemente por causa da gravidade do acidente. A angústia da família aumentou quando foram informados pelos médicos que parte da perna de Guilherme também seria retirada cirurgicamente, desta vez, no hospital Maria Amélia Lins, onde está se recuperando.
Ontem, a reportagem conversou com Guilherme após a operação. Mesmo no leito do hospital, é ele que tem dado força para seus pais e segue alimentando os a esperança da família em chamadas de vídeo pela internet. "Eu tenho o sonho de conseguir um sítio para meus pais descansarem. tenho o sonho de ter minha casa própria, mas gostaria de ajudar mais meus pais, que me me serviram por muito tempo", conta.
Saiba como ajudar.
O Peninha Frango Assado, restaurante em que Guilherme trabalhava como motoboy se prontificou a ajudar o garoto. A cada pedido feito pelo telefone, será destinado 10% do valor para a compra da prótese. O número é o (31) 3568-8700, e o endereço é rua Eli Seabra FIlho, 510, no Buritis.
Outra fonte de arrecadação foi criada pela esposa dele, Paola Oliveira, e a doação pode ser feita pelo site vaka.me/1035022 ou por depósito bancário. Conta: 00003746-6. Agência: 3665. Banco: Caixa. Nome: Paola Oliveira Santos.
Até essa quarta-feira (22), R$ 3 mil haviam sido arrecadados.
Prótese.
A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) informou que há a possibilidade de Guilherme receber uma prótese, após a avaliação clínica do paciente. Mas o equipamento capaz de dar a mobilidade necessária para que o jovem volte a trabalhar custa R$ 25 mil, valor que a família não possui.