O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou nesta quinta-feira (14) o pedido da Cervejaria Backer para deixar de pagar as despesas médicas de Cristiano Mauro Assis Gomes, de 47 anos. Ele é a única vítima de intoxicação por dietilenoglicol que tem o tratamento custeado pela empresa.
De acordo com a decisão, é inverídico que a Três Lobos - proprietária da Backer - não tem condições de arcar com os custos médicos do paciente por causa de um possível bloqueio de R$ 50 milhões em bens da empresa. A Justiça afirmou que até então só foi bloqueado cerca de R$ 12 mil das contas da cervejaria. "Em nenhum momento do processo foram bloqueados das contas dos requeridos 5 ou 50 milhões", consta.
Entenda
Nessa quarta-feira (13), a Backer comunicou à Justiça que não possui condição financeira para arcar mais com os custos do tratamento devido ao bloqueio do patrimônio no valor de R$ 50 milhões, ocorrido no mês de março.
Procurado pela reportagem de O TEMPO, Cristiano prefeiriu não comentar a atitude da cervejaria, mas disse que o valor recebido é fundamental para a continuidade do seu tratamento, que conta com fonoaudiologia, fisioterapia, sessões de eletroestimulação e laser para recuperar os movimentos do rosto, além de um tratamento que seria realizado fora de Belo Horizonte.
Segundo seu advogado, Cláudio Diniz Junior, a Backer age com retaliação ao retirar o custeio do tratamento de seu cliente "Como a Flávia (esposa) e o Cristiano apareceram muito na imprensa, a Backer achou que eles ficariam satisfeitos com o custeio e sairiam de cena, mas isso não ocorreu. Cristiano vem levantando a bandeira sempre da necessidade da empresa arcar com as despesas de todas as outras vítimas. Coincidentemente, ontem (terça), o Cristiano deu entrevista na televisão e na rádio falando sobre isso", afirma.
Em nota, a Backer informou que ainda não foi notificada "e que vai se manifestar tão logo tome conhecimento da decisão."
Ao todo, são 42 vítimas investigadas no inquérito da Polícia Civil, sendo dessas, nove mortes. A Justiça determinou que a empresa arcasse com todos os custos médicos das 33 vítimas vivas, o que ainda não aconteceu.