O prefeito Alexandre Kalil visitou na manhã desta quinta-feira (13) as obras de prevenção de enchentes nas bacias Túnel/Camarões, no Barreiro, e as obras de urbanização na Vila Jardim do Vale, na mesma região. Kalil aproveitou e criticou a decisão da Justiça que obriga moradores do IAPI a retirar grades.
A obra das bacias, que foi paralisada em 2014 e retomada em 2017, possui 2,5 km de extensão e, segundo o prefeito, tem previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2019. Durante as visitas, Kalil aproveitou para falar sobre as medidas gerais de prevenção à crises no período chuvoso.
“É uma obra de R$ 135 milhões que vai afetar aquela inundação terrível que nós tivemos em 2017, que nós empilhamos carros, enfim, são bacias de contenções que Belo Horizonte necessita e que vão aliviar tanto essa região como a região lá no final, na Teresa Cristina”, afirmou.
Estão sendo implantadas nas bacias duas barragens de detenção de cheias (B1 e B2), sendo uma delas para conter lixos e, a outra, para regular a vazão de águas pluviais. Além disso, também será feita a canalização do córrego Camarões.
Na Vila Jardim do Vale, acompanhado de moradores e responsáveis pelas obras, o prefeito conferiu todo o resultado das intervenções. No local estão sendo realizadas obras para redução de risco geológico, construção de 24 unidades habitacionais, urbanização de ruas e remoção de mais de 60 famílias cujas casas estavam em áreas de alto risco geológico.
Período chuvoso. Questionado sobre o andamento das outras obras para evitar inundações em avenidas como a Cristiano Machado e a Francisco Sá, o prefeito afirmou que os projetos já estão prontos.
“O que nós não tínhamos eram projetos aprovados pela Caixa. Agora nós estamos resolvendo esse problema de projetos. Nós temos dinheiro, sim, temos contratos assinados. O que nós temos é que fazer projeto. Esse é o nosso gargalo em Belo Horizonte. Brasília tem muito dinheiro.
O Nordeste pega dinheiro, São Paulo pega dinheiro, Rio de Janeiro pega dinheiro. Precisamos de apoio. Por isso essa eleição é muito importante”, afirmou. O prefeito também ponderou que desapropriações são um grave problema para o andamento das obras e que prefeitura espera mais apoio da Justiça mineira.
Quanto aos prazos, Kalil afirmou que acredita que as obras possam acontecer nos próximos meses, mas que trabalho de prevenção não para. “O que a gente pode fazer são ações preventivas de manutenção. Limpar bueiros, limpar córregos. É uma ação que não custa barato, porque é muito caro, mas nós temos que fazer. Provavelmente por isso, nós não tivemos nenhum desastre com vítimas em Belo Horizonte nesse um ano e meio”, afirmou.
IAPI. O prefeito Alexandre Kalil também criticou durante as visitas a determinação da Justiça de retirar as grades do conjunto IAPI, no bairro São Cristóvão, na região Noroeste da capital. Moradores do local têm até o dia 31 de outubro para fazer a retirada dos acessórios.
Uma das principais justificativas é a de que as intervenções descaracterizam e não têm autorização para estar na edificação, que é tombada.
“Eu vi até com tristeza que a prefeitura participou dessa decisão e o prefeito é mais ou menos um marido traído. Ele não sabe de tudo o que acontece na cidade. Eu sou absolutamente contra. Eu acho que quem decidiu tirar a grade deveria ir lá, morar lá uns seis meses, botar a filha adolescente entrando e saindo de madrugada naquele lugar”, afirmou o prefeito. Kalil também disse que prefeitura tem atuado com ações para coibir os usuários de drogas.
Plano diretor. Questionado quanto ao andamento do plano diretor da capital, o prefeito afirmou que prefeitura está empenhada em aprovar tudo, mas mencionou como empecilho o jogo de interesses envolvendo a questão das outorgas onerosas. “Não foi inventado aqui. Isso é plano de país desenvolvido, mas parece que para Belo Horizonte não serve.
]Os que são contra isso são os que estocaram muitos imóveis, os que fizeram grandes fortunas comprando imóveis. Quem votar contra está votando a favor do empresariado e do lucro fácil. Eu não fiz esse plano, mas já que caiu mais um abacaxi na minha mão, nós vamos resolver e descascar”, afirmou.