Exames

Laboratórios particulares realizam maioria dos testes de coronavírus em Minas

Rede privada é responsável por cerca de 56,2% dos exames no Estado; Secretaria de Estado de Saúde alerta para surtos da doença em Minas

Por Da Redação
Publicado em 03 de junho de 2020 | 13:58
 
 
 
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Os laboratórios privados de Minas Gerais já realizaram quase 6.400 mais testes do tipo PCR do que a rede pública no Estado. Foram 28.823 exames particulares e 22.443 testes públicos, o que significa que a rede privada é responsável por aproximadamente 56,2% da testagem. “A rede pública tem um rigor na indicação da testagem. Na rede privada, não há essas indicações e sei que muitos (dos laboratórios particulares) atendem a hospitais privados e a demanda espontânea de consultórios. Eles tendem a ter um espectro maior de testagem”, explicou o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (3). 

Na rede pública, as principais indicações para testagem são para pacientes internados com suspeita de Covid-19, pessoas com Síndrome Respiratória Aguda Grave com essa suspeita, profissionais da saúde e da segurança, pessoas com restrição de liberdade, asilados e a população indígena.

O secretário também afirmou que a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) tem notícia de que 3% dos testes rápidos distribuídos entre os municípios mineiros, por doação da empresa Vale, retornaram com resultado positivo. “Não é uma positividade tão alta para pensarmos que a sociedade como um todo já teve a doença. E precisamos levar em conta que um percentual não desprezível desses testes dá falso positivo. Mas, mesmo asism, estamos pedindo que sejam notificados como casos confirmados na SES-MG”, disse o secretário. 

Amaral lembrou, ainda, que seria necessário um percentual de 60% da população infectada para se alcançar uma espécie de barreira contra a pandemia — o que é conhecido como imunidade de rebanho. 

Segundo o secretário, o aumento de confirmações diárias de casos em Minas pode estar relacionado à ampliação da testagem. Nas últimas 24 horas, houve novas 1.071 notificações, recorde no Estado, onde há 12.010 infectados, de acordo com os dados da SES-MG. “O número de casos está aumentando porque essa é a tendência natural de uma epidemia. Muitos desses casos confirmados foram mais leves, não foram para o hospital e poderiam ser considerados curados. Não são considerados assim porque recebemos notificação sobre eles agora”, justificou Amaral. Ele lembra que as notificações demoram até cinco dias para saírem dos municípios e serem contabilizadas pela SES-MG. 

Ele também sinalizou que é possível continuar reduzindo a letalidade da doença — ou seja, a porcentagem de pessoas que morrem devido à Covid-19. “Antes, a testagem era das pessoas com quadros mais graves, então era natural que uma porcentagem maior falecesse”, pontuou.  

Cidades de Minas somam 14 surtos de coronavírus

O chefe de gabinete da SES-MG, João Pinho, afirmou que 14 surtos de coronavírus foram notificados em Minas. Um surto da doença significa aumento repentino de casos em uma região específica. Pinho citou ocorrências nas cidades de Alvarenga, no Vale do Rio Doce, Barbacena, na Zona da Mata, e Brasília de Minas, na região Norte do Estado. Segundo a SES-MG, foram registrados quatro surtos na macroregião Centro-Sul do Estado, três na Centro, três na Noroeste, um na Leste, um na Oeste, um na Sul e um no Vale do Aço, abrangendo 12 municípios, que a pasta não especificou quais são.

Pinho também mostrou preocupação com a região do Vale do Aço, onde há estimativas de até 100 mil casos da doença até o final de junho. “Esperamos que isso não ocorra, porque se chegar a 50 mil, 80 mil casos em determinada região, o volume de pessoas que vão precisar da rede de atendimento vai ser muito superior à capacidade instalada”, disse Pinho.

Na perspectiva dele, a abertura do comércio em cidades da região antes do previsto pelo programa Minas Consciente não pode ser apontada como responsável pelo aumento de casos na área. “Não é tão indicado buscar relação de causa e consequência agora”, afirmou. Ele pontuou que o ideal seria todos os municípios mineiros aderirem ao programa e que, atualmente, todas as cidades do Vale do Aço deveriam estar na etapa da onda verde, que indica que somente os serviços essenciais mantenham portas abertas.  

O secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, finalizou a coletiva de imprensa pedindo que a população baixe o aplicativo Saúde Digital MG Covid-19, que permite triagem de pacientes e indicação para consultas gratuitas à distância. O app está disponível para o sistema Android e, na próxima semana, deve ser liberado para usários de iOS. 

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