“Muitas pessoas não querem que eu rife o veículo, mas entre um carro e meu filho, eu nem penso”. A frase é de Gessiara Ester da Silva, 39, conhecida entre os seus como Giza, que fala sem pestanejar sobre que pretende fazer para bancar o tratamento de um de seus três filhos, o Rafael. Com apenas três anos, o menino sofre duas patologias graves: displasia broncopulmonar e atresia de esôfago, em função de ter nascido prematuramente.

Giza conta que, desde o seu nascimento, o pequeno já precisou passar por três cirurgias, precisou ser internado onze vezes e teve oito paradas cardiorrespiratórias. Rafael também é considerado cardiopata e faz uso de oxigênio domiciliar (O2). “Tudo para ele é muito. Uma gripe, que em qualquer pessoa dura cerca de sete dias, nele pode durar semanas ou até meses”, comenta.

Atualmente, o maior problema que o pequeno tem enfrentado é um estrangulamento do esôfago, o que lhe provoca constantes engasgos quando ingere alimentos líquidos e sólidos. Para aliviar o desconforto do garoto, Giza conta que ele precisa passar por um procedimento de traqueoplastia.

O problema, segundo ela, é que o Hospital das Clínicas, onde o menino faz tratamento, informou que ainda não há previsão de vaga para realização do procedimento. Por causa disso, ela decidiu operá-lo em um hospital particular.

Mas como não tem renda fixa - Giza faz bolos, mas não pode se dedicar ao ofício por causa do tempo passado com os meninos -, ela decidiu rifar o próprio carro para bancar o tratamento do filho.

“É um veículo antigo, um Uno, de 89, mas ele foi todo reformado por um amigo que ficou sabendo das minhas condições”, diz. Cada rifa custa R$ 10, e até agora ela conseguiu arrecadar R$ 280.

Giza explica que não tem plano de saúde e que o filho já recebeu ajuda financeira de outras pessoas que realizaram vaquinhas. Ela, entretanto, diz não saber em quanto ficará o valor da cirurgia.

Para prestar os primeiros socorros ao filgo, Giza se submeteu a um treinamento no Corpo de Bombeiros. 

Família

Rafael é gêmeo de outro menino, o Gabriel. Segundo Giza, por causa dos constantes tratamentos, o primeiro é 20 centímetros menor e tem cinco quilos a menos do que Gabriel. Eles ainda têm um terceiro irmão de oito anos, o Miguel, que, recentemente, foi diagnosticado com epilepsia.

“Por causa disso, ele ainda não sabe ler”, afirma Giza. Ela também descobriu que tem lúpus, depois de se submeter a múltiplos exames por causa de suas constantes dores.

Apesar do cenário, Giza mantém o ânimo. Ela se diz esperançosa em arrecadar o dinheiro e em garantir um futuro melhor para as crianças. “Primeiro, quero cuidar da saúde deles para, então, poder olhar para a minha", disse.

A família vive no bairro Tirol, na região do Barreiro. Giza mora com os três filhos e com o marido que, atualmente, tem feito bicos como motoristas.

Doação

Giza disponibilizou a conta dela para doações:

Banco do Brasil

Conta poupança: 19.912-5

Agência: 2745-6

O telefone dela é (31) 99200-2762

Atualizada às 18h28