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Mais de 200 pessoas serão retiradas de casa por risco em barragem de Ouro Preto

Evacuação, iniciada em fevereiro, foi retomada nesta segunda-feira e tem a presença da Defesa Civil do Estado

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 13 de abril de 2020 | 13:50
 
 
 
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Foi retomada nesta segunda-feira (13) a evacuação de famílias que moram na zona de autossalvamento (ZAS) da barragem Doutor, da mina de Timbopeba, no distrito de Antonio Pereira, em Ouro Preto, região Central do Estado. Iniciada em fevereiro, a ação da Vale juntamente com a Defesa Civil do Estado já removeu 20 de 75 famílias no local. De acordo com a empresa, são 229 pessoas nesses núcleos familiares.

No início deste mês, a Vale precisou aumentar de 1 para 2 o nível de emergência da barragem. Quando uma empresa declara que sua barragem está em nível 2 significa que a estrutura não é completamente segura e, por isso, é preciso retirar todas as pessoas que moram na zona de autossalvamento – região que seria alagada em menos de 30 minutos caso ocorra colapso na estrutura.

Em fevereiro, quando a barragem ainda estava em nível 1, a mineradora anunciou o início do plano de descaracterização da barragem. Na ocasião, 11 famílias que viviam a jusante da estrutura já haviam sido retiradas das residências.

O porta-voz da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Godinho, afirmou que a evacuação será feita de forma gradual e respeitando as orientações de saúde em relação à Covid-19. "Como estamos em momento de coronavírus, essa evacuação vamos fazer de forma preventiva até o fim do mês e serão adotads as seguintes posturas: vamos tirar família por família, com todo traje e EPI necessário para proteger a equipe e a família. As casas que as famílias optarem para fazerem a mudança, essas casas serão higienizadas, serão reformadas para receber os móveis e as pessoas. Todos os custos serão feitos pela vale, bem como R$ 5.000 para toda família, IPTU, água, luz, gás e cestas básicas", disse Godinho.

Estruturas instáveis

Além da barragem Doutor, outras estruturas coordenadas pela Vale também não receberam a Declaração de Estabilidade em setembro de 2019 e março deste ano. As barragens Capitão do Mato, da mina Capitão do Mato em Nova lima, e Sul Inferior pertencente à mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, também subiram do nível 1 para o nível 2 de emergência – isso em data pretérita. Contudo, nessas duas regiões os moradores já tinham sido evacuados e, por isso, nenhuma outra medida para retirada de pessoas será necessária nessas localidades. Aliás, a mina de Gongo Soco possui uma outra barragem em nível máximo de alerta, nível 3, a Sul Superior.

Através de um comunicado em seu site, a Vale declarou que estão secos os reservatórios de todas as barragens nos níveis 2 e 3, e o aporte de água dessas estruturas está sendo minimizado. “A Vale está construindo três estruturas de contenção das barragens em nível 3, já tendo concluído aquela relativa à barragem Sul Superior e com previsão para completar as demais ainda durante o 1º semestre de 2020”, pontuou. Além das nove estruturas que estão classificadas nesses dois níveis mais altos, há outras 17 represas da Vale, em Minas Gerais, em nível 1 de emergência – as regiões onde elas estão não precisam ser evacuadas.

Veja quais barragens da Vale, em MG, estão em níveis de emergência:

Nível 1: Barragem VI (mina Córrego do Feijão), Capim Branco (Complexo Paraopeba), Campo Grande (mina Alegria), Dique B (mina Capitão do Mato), Forquilha IV (Complexo Fábrica), Itabiruçu (Complexo Itabira), Maravilhas II (Complexo Vargem Grande), Marés I (Complexo Fábrica), Marés II (Complexo Fábrica), Menezes II (mina Córrego do Feijão), Norte/Laranjeiras (mina Brucutu), Peneirinha (mina Capitão do Mato), Pulha Xingu (mina Alegria), Santana (Complexo Itabira), Sistema 5 (mina de Águas Claras), Sistema Pontal (Complexo Itabira) e Vargem Grande (Complexo Vargem Grande).

Nível 2: Capitão do Mato (mina Capitão do Mato), Doutor (mina Timbopeba), Forquilha II (Complexo Fábrica), Grupo (Complexo Fábrica) e Sul inferior (mina de Gongo Soco).

Nível 3: B3/B4 (mina Mar Azul), Forquilha I (Complexo Fábrica), Forquilha III (Complexo Fábrica) e Sul Superior (mina de Gongo Soco)

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