Dois homens foram presos suspeitos de participação em um roubo a uma clínica credenciada ao Detran no bairro Itapoã, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, nessa segunda-feira (12). Um dos autores do crime é um instrutor de autoescola e, durante a ação, uma médica de 58 anos foi agredida com uma "voadora".
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, além da médica, uma recepcionista do estabelecimento, localizado na rua Monte Castelo, estava no local. A mulher de 26 anos contou aos policiais que Warlley da Silva Souza, de 32, e Warlley Ferreira de Souza, 31, chegaram se passando por clientes na clínica, que oferece exames médicos e psicológicos.
Um dos ladrões ficou na recepção enquanto o outro foi para a porta da sala de exame e apontou uma arma para a médica, ordenando que ela não fizesse nada e passasse todos os pertences. Nesse momento, a vítima gritou que era um assalto, na tentativa de pedir socorro, e o criminoso que estava na recepção foi correndo até o outro cômodo, onde deu a "voadora" fazendo com que a profissional caísse no chão.
Logo depois, a dupla pegou dinheiro e pertences e fugiu em um Uno que estava plotado com adesivos de uma auto-escola também da região da Pampulha. Militares conseguiram chegar até o endereço dela e descobriram o nome do instrutor que utilizava o carro. Warlley da Silva foi localizado em casa, no bairro Guarani, região Norte da capital.
Ele, que usa tornozeleira eletrônica, confessou o crime e disse que há algumas semana foi acusado por funcionárias da clínica pelo furto de um celular. Com raiva, ele resolveu dar um "susto" nas mulheres. O equipamento estava enrolado em um papel alumínio.
Para cometer o crime, ele chamou um ex-aluno, Warlley Ferreira, e um terceiro homem, que não foi localizado. O instrutor levou a polícia até a casa do ex-aluno, que estava deitado na cama assistindo televisão.
O homem negou participação no roubo, mas foi ameaçado pelo comparsa para que assumisse o criem sozinho.
Os dois foram encaminhados à Delegacia de Plantão 1 (Deplan).
Autoescola
A reportagem de O TEMPO fez contato com a autoescola para qual Warlley da Silva trabalhava. A direção informou que o homem havia sido contratado há apenas três dias e, ao puxar a ficha criminal do homem no site da Polícia Civil, não foi informada de nenhum crime.
Ainda conforme uma das responsáveis pelo estabelecimento, a direção não sabia que o homem usava tornozeleira eletrônica.
Na clínica médica em que o caso ocorreu, uma funcionária informou, por telefone, que os representantes do imóvel não estão no local no começo da manhã desta quarta-feira (13).
De acordo com a Polícia Civil, o crime anterior de de Warlley Silva não foi mostrado porque o caso não foi transitado em julgado. Ou seja: ainda pode recorrer da decisão. Em relação ao homem ser instrutor, a polícia afirmou que instaurou um procedimento administrativo com a possibilidade de não renovar a licença de instrutor do suspeito.
Atualizada às 16h