Está suspensa a greve dos metroviários. A decisão foi tomada em assembleia da categoria nesta sexta-feira (17), na Estação Central, no centro de Belo Horizonte. Os servidores decidiram que a operação do metrô, paralisada há mais de um mês, será retomada totalmente a partir da próxima segunda-feira (20).

A suspensão da greve vale pelo menos até a próxima sexta-feira (24), prazo que o governo federal recebeu do Ministério Público do Trabalho (MPT) para apresentar uma proposta aos metroviários. Com isso, a categoria segue em estado de greve — ou seja, a qualquer momento, os trabalhadores podem a anunciar uma nova paralisação.

Uma nova assembleia dos metroviários está marcada para a próxima segunda-feira (21), às 14h30, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). No encontro, será debatida a privatização do metrô de BH. O assunto também será tema de uma assembleia pública, às 13h30, na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

A partir de auxílio da vereadora Iza Lourença (PSOL), a categoria conseguiu um acordo para que as assembleias nas Casas Legislativas contem com participação de representantes do governo estadual, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Grupo Comporte, vencedor do leilão de privatização do metrô

Mais de um mês sem metrô 

A atual greve, iniciada em 14 de fevereiro, fez com que o metrô estivesse indisponível para a população por mais de um mês. Segundo o secretário do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro), esta foi uma das considerações da categoria para suspender a paralisação. 

"Sabemos que é uma greve extensa, são 32 dias de paralisação total. Sabemos o que a população está enfrentando. Com base neste pedido, resolvemos suspender preliminarmente o movimento e aguardar uma resposta por parte do governo. Estamos dando este voto de confiança para desonerar a pulação deste fardo que estamos tendo nas negociações", afirmou.

Privatização do metrô de BH 

Com lance único de R$ 25,75 milhões, o Grupo Comporte — que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismos — venceu o leilão de concessão do metrô de Belo Horizonte, realizado em 22 de dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Com o resultado, a empresa se compromete a revitalizar a linha 1 e a criar a linha 2 ao longo dos próximos 30 anos. Para que as melhorias saiam do papel, há previsão de investimentos de R$ 3,7 bilhões. A maioria dos recursos sairá de cofres públicos: cerca de R$ 2,8 bilhões serão desembolsados pelo governo federal e R$ 440 mil pelo governo estadual. O restante será de responsabilidade da empresa.

Atualmente, o metrô é gerido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa pública. Para o leilão, foi criada a CBTU Minas Gerais (CBTU-MG). O grupo vencedor comprará a CBTU-MG ao mesmo tempo em que obterá a concessão do governo estadual para operar o serviço público de transporte metroviário de passageiros na região metropolitana de Belo Horizonte pelos próximos 30 anos.