Ao ver o corpo do bebê de 1 ano estendido sobre o chão, após ser atropelado pelo ônibus, o motorista do coletivo, um homem de 29 anos, entrou em estado de choque e aos gritos pediu ajuda: "Meu Deus, o quê que eu fiz? Pelo amor de Deus".

A criança não resistiu às inúmeras fraturas sofridas e morreu na hora do acidente, ocorrido na noite desse domingo (24), no bairro Céu Azul, na região de Venda Nova. Segundo relatado à polícia, a mãe do menino descia do ônibus quando seu pé esquerdo ficou preso à porta, ela se desequilibrou, a criança caiu no chão e em seguida foi atropelada pelo coletivo

O motorista foi submetido a um teste do bafômetro, cujo resultado foi negativo, e seguiu para a Delegacia de Plantão do Detran. Ainda após o acidente, ele foi ouvido e liberado, mas está à disposição da polícia para outros esclarecimentos. O caso será investigado por uma equipe da Divisão Especializada em Crimes de Trânsito, que já está a cargo dos primeiros levantamentos.

Acidente

O atropelamento ocorreu antes mesmo de o motorista perceber a mulher agarrada à porta. À polícia, o homem de 29 anos contou ter parado no ponto de ônibus para que os passageiros descessem, antes de arrancar o veículo ele teria conferido todos os três espelhos internos.

Segundos após dar a partida, ouviu gritos e pedidos de que parasse o ônibus. Quando conseguiu estacioná-lo, percebeu que o pé da mãe do bebê havia ficado preso à porta central do ônibus e, assim, ela foi arrastada ao longo de 40 metros até a parada total.

Desespero

A jovem de 20 anos, mãe do bebê, esperou a parada completa do ônibus para descer do coletivo com o filho pela porta central. Quando já estava no último degrau, a sentiu fechar repentinamente sobre seu pé esquerdo. Ela foi arrastada por alguns metros na rua Padre Paulo Rególio e só conseguiu se soltar depois que o motorista entendeu os pedidos dos passageiros para que parasse o veículo. 

Segundo ela, logo após ter o pé preso, seu filho se desprendeu de seus braços e caiu no chão, sendo atropelado em seguida pelo ônibus. Ela sofreu escoriações nos pés, nos braços e no joelho direito, e precisou ser atendida por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O menino, por sua vez, sofreu inúmeras fraturas pelo frágil corpo e morreu ainda no lugar onde o atropelamento aconteceu. 

Passageiros do ônibus reforçaram os depoimentos da mãe do bebê e do motorista. Há a informação de uma pessoa não identificada que teria garantido a todos, após o acidente, que o responsável pelo atropelamento da criança seria um outro veículo, e não o coletivo. Uma testemunha, parada à rua no momento da tragédia, relatou ter visto o instante em que a mãe do menino conseguiu soltar seu pé da porta e correu em direção ao garoto, caído ao chão. 

Atualizada às 10h35.