O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) formou, nesta quarta-feira (3), a comissão de procuradores e promotores que farão o acompanhamento e apurações em torno da operação policial que terminou com 26 pessoas mortas em Varginha, no Sul de Minas Gerais.
Em entrevista coletiva na cidade, o promotor Igor Serrano, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Varginha, explicou que os profissionais designados pelo procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Junior, atuarão em colaboração com a procuradora de Justiça titular de Varginha, Elaine Claro.
"Em razão de ser o MPMG o guardião da Constituição Federal, defensor da sociedade e tendo a missão de promover a ação penal pública, e também a missão de realizar investigações e paralelamente o controle externo da atividade policial, vamos atuar nessas duas áreas, acompanhando os desdobramentos dessa ação", detalhou Serrano.
Além dele, também integram a comissão o procurador André Estevão Ubaldino e a promotora Paula Ayres Lima, ambos do Gaeco-Central; e o promotor Francisco Assis, do Centro de Apoio aos Direitos Humanos e Controle Externo da Atividade Policial (CAODH).
Atuação da polícia
Ainda de acordo com o promotor Igor Serrano, a apuração sobre a atuação da polícia na operação é um prodecimento padrão, que acontece em qualquer ação estatal que termine com o óbito de um cidadão.
"O inquérito sempre é instaurado e, ao final, ele vai ter a conclusão sobre a legalidade ou ilegalidade da operação. É um procedimento comum que ocorre em qualquer caso, para além do acompanhamento dos desdobramentos da investigação e até eventual responsibilização de outras pessoas pela guarda daquele armamento e pelo planejamento do ato que aconteceria em Varginha sem a operação policial", pontuou.
Por fim, o promotor disse que ainda é muito cedo para se falar de prazos para concluir a apuração. "É uma investigação complexa, e todas as nuances devem ser observadas", finalizou Serrano.
A operação
A Polícia Militar e a Polícia Rodoviaria Federal (PRF) realizaram uma operação conjunta e desmantelaram uma quadrilha de assalto a bancos de alta periculosidade, conhecida como "novo cangaço", em Varginha, no último domingo (31). Ao todo, 26 criminosos morreram em confronto com as polícias durante a operação.
O confronto ocorreu em duas chácaras da cidade. Na primeira, 18 criminosos, foram mortos quando atacaram os policiais. Na segunda chácara, foram oito mortos. O grupo estava armado com um arsenal de guerra, explosivos e coletes a prova de balas.
“Posso adiantar que esta é a maior operação referente ao 'novo cangaço' no país. Muitos infratores fariam um roubo a banco, provavelmente na data de amanhã ou hoje, e foram surpreendidos pelo nosso serviço de inteligência integrado com a PRF. Foi uma ação conjunta que resultou na apreensão de um grande armamento, além de explosivos e coletes à prova de balas que eram utilizado por esses infratores” informou a capitão Layla Brunela, porta-voz da PMMG.