Ônibus de BH voltam a circular nesta sexta após paralisação por falta de diesel

Após anunciar na última quarta-feira (12) que duas empresas que operam no transporte público de Belo Horizonte entraram em "colapso" e deixariam de funcionar, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) divulgou, na noite desta quinta-feira (13), que empresas maiores fornecerão óleo diesel visando garantir o funcionamento normal dos ônibus na capital mineira já nesta sexta-feira (14).

A volta à normalidade foi divulgada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que participou de uma reunião nesta quinta com o SetraBH. Durante o encontro, a entidade assegurou o funcionamento do transporte já nesta sexta. Mais cedo, usuários da capital esperaram por mais de 1h nos pontos devido ao "colapso".

Procurada pela reportagem de O TEMPO, o sindicato confirmou que os 88 veículos da Transoeste, que rodam em 26 linhas e não funcionaram já nesta quinta, voltarão a funcionar após empresas maiores remanejarem óleo diesel para a empresa.

Com relação às outras linhas, que poderiam parar a partir de domingo (16), o SetraBH disse acreditar que será possível remanejar o combustível e evitar a paralisação da atividade também na outra empresa colapsada.

Falta de dinheiro

A falta de verba para comprar óleo diesel foi apontada como o principal motivo da suspensão. Em nota, o Setra informou que as empresas não têm "viabilidade financeira para contínua aquisição do insumo". Em outro trecho do comunicado, ressaltou que a medida foi tomada por falta de "alternativa".

"O SetraBH lamenta a crise e destaca que os maiores prejudicados serão os usuários que deixarão de ser atendidos pelas duas empresas. A entidade e os Consórcios Dez e Dom Pedro II estão em contato com o poder concedente (PBH) para viabilizar uma solução emergencial para a crise", declarou.

Além de insumos como o óleo diesel, que vem sofrendo aumentos constantes, a entidade reforçou que "todo o sistema está com extrema dificuldade de manter os salários de seus funcionários em dia tamanho é o desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos e os efeitos deletérios da pandemia no transporte público urbano em todo o país, com a redução gigantesca do número de passageiros".

Procurada pela reportagem, a prefeitura declarou que foi informada "e está buscando uma solução para o problema de maneira que a população não saia prejudicada". O prefeito Alexandre Kalil marcou uma reunião de urgência, nesta quinta, com representantes do Setra para discutir o caso.

Nova reunião acontece nesta sexta

Ainda de acordo com o MPMG, uma nova reunião será realizada às 11h desta sexta-feira no Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor) visando a negociação de "eventual solução imediata".

"Uma das propostas previstas está no contrato das Concessionárias com o Município de Belo Horizonte. O MPMG irá discutir a viabilidade da proposta, se está adequada e atende ao princípio da legalidade", completa o órgão estadual.

Participarão desta nova reunião os promotores de Justiça Leonardo Duque Barbabela e Fernando Abreu, das Promotorias de Justiça do Patrimônio Público e do Consumidor, respectivamente, o coordenador do Compor e Procurador-Geral de Justiça Adjunto Institucional, Carlos André Mariani Bittencourt, além de representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e do SetraBH.