Mudança na gestão

Para manter Hospital Veterinário funcionando, PBH vai fazer contrato emergencial

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, atendimento, agora no bairro Maria Gertrudes, será ampliado

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 02 de maio de 2021 | 19:53
 
 
 
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A Prefeitura de Belo Horizonte informou neste domingo (2) que vai fechar um contrato emergencial com a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de Minas Gerais (Anclivepa-MG) para que o Hospital Público Veterinário da cidade, inaugurado em março, continue funcionando após a associação que venceu a licitação para gerenciar o hospital romper unilateralmente o contrato nesta semana.

O hospital será transferido do bairro Carlos Prates para um imóvel localizado na Rua Albert Scharle, 79, bairro Madre Gertrudes, região Oeste de Belo Horizonte, até quarta-feira (5), quando o atendimento será retomado. 

De acordo com o gerente de Defesa dos Animais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Leonardo Maciel, o horário de atendimento será expandido e outras melhorias serão realizadas.

“O atendimento anterior era de 8h às 14h e agora vai ser de 8h às 18h. A equipe conta com quase 40 profissionais. O espaço para internação de animais foi quadruplicado. O novo hospital tem um setor específico para exames de corpo de delito em animais sob maus-tratos em uma ação de apoio da prefeitura à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros”, disse.

Segundo ele, haverá sala de espera e consultório específico para felinos, além de uma entrada para atendimentos de emergência, como animais resgatados ou que sofreram acidentes, como atropelamentos. 

Anteriormente, eram 30 senhas de atendimento distribuídas por manhã, o que será mantido. Porém, agora, à medida em que os atendimentos terminarem novas senhas serão emitidas. “Podem ser 60, 90 senhas, dependendo do nível de emergência e de demanda que chegar”, disse o gerente de Defesa dos Animais.

De acordo com Leonardo Maciel, o contrato de emergência com a Anclivepa-MG terá duração de 180 dias, período em que a PBH irá se organizar para realizar uma nova licitação. O projeto também tem parceria com o curso de veterinária do Uni-BH “Nós pedimos à população paciência e compreensão com essa nova situação durante os próximos dias durante a estruturação dessa nova fase”, disse.

O contrato emergencial foi necessário, segundo Maciel, porque a Anclivepa-SP, que venceu a licitação para gerenciar o hospital, rompeu o contrato unilateralmente com a PBH durante a última semana. Segundo o gerente da Secretaria de Meio Ambiente, uma das razões foi que a Anclivepa-SP, por iniciativa própria, estava realizando um volume de atendimentos muito maior do que o pactuado em contrato e estava enfrentando dificuldades financeiras em razão disso.

Atividades foram suspensas de forma abrupta

Como O TEMPO mostrou no sábado (1º), as atividades do Hospital Público Veterinário foram interrompidas repentinamente na sexta-feira (30) e os animais foram inclusive retirados às pressas do prédio no bairro Carlos Prates.

A Anclivepa-SP se manifestou neste domingo (2) sobre o caso. Segundo a associação, responsável por tocar o hospital com base em um contrato de 13 meses no valor de R$ 1 milhão, os repasses mensais previstos são insuficientes para o volume de atendimentos realizados.

“A Anclivepa SP vem a público esclarecer que é do conhecimento da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte que o repasse mensal relativo à manutenção do hospital veterinário público de BH não cobre nem 30% das despesas mensais”, informou a associação por meio de nota.

A entidade diz que não tem conhecimento da mudança da sede do Hospital Público Veterinário, que espera que a PBH repactue os termos do plano de trabalho, mas que vai manter os atendimentos. “Em consideração aos animais e seus familiares, continuaremos com os atendimentos por mais algumas semanas na expectativa que a prefeitura adeque o plano de trabalho à realidade”, diz o texto enviado à reportagem.

A reportagem questionou à Secretaria Municipal de Meio Ambiente sobre o posicionamento da associação. A pasta informou que o vínculo da PBH com a Anclivepa-SP foi rompido de forma unilateral por iniciativa da própria entidade, o que teria sido feito tanto de forma verbal como documental. “Se eles quiserem continuar prestando o serviço, é por conta própria. Não tem mais ligação com a Prefeitura de Belo Horizonte”, disse o gerente de Defesa dos Animais, Leonardo Maciel.

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