As mudanças de comportamento de uma criança de apenas 4 anos, observadas por professores, levaram a  Polícia Civil (PC) a prender uma mulher de 41 anos e o companheiro dela, de 71, acusados de estuprarem o menino - filho da mulher e enteado do homem. O caso ocorreu em Caratinga, na Zona da Mata, e foi apresentado em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (13).

Os dois suspeitos foram indiciados. A mulher foi detida no último dia 8 de agosto, enquanto o homem foi preso nessa segunda-feira (12) no distrito de Alegria, em Simonésia, também na Zona da Mata.

As investigações começaram em maio. À época, a Polícia Militar foi chamada por membros do Conselho Tutelar, que haviam sido acionados por educadores de uma instituição da cidade por causa de mudanças de atitude do menino. "A criança começou a apresentar comportamento estranho na escola, com palavras e comportamentos físicos de conotação sexual", explica a delegada Nayara Travassos.

O Conselho Tutelar esteve na escola e entrevistou o menino na presença dos educadores. "Ele relatou situações que aparentavam que teria presenciado a genitora dele e o companheiro, a quem ele chamava de 'vovô', na prática de relações sexuais. Ele também relatou suposta prática de sexo oral com o 'vovô, que no caso seria o padastro dele. Na escola, a criança começou a querer repetir com os coleguinhas o que ele vivenciava, por isso foi constatando o delito", explica a delegada. A partir daí, a criança foi retirada do convívio da mãe, sendo sua guarda entregue para o pai biológico.

Segundo a delegada, o suspeitos negam o crime. "Porém, o fato que a criança relata é algo que ela só poderia falar se viveu, porque não é próprio da idade. Testemunhas e familiares (ouvidos durante a investigação) confirmaram que ele repete o relato. Então, concluímos a investigação, indiciamos os dois e pedimos a prisão preventiva, que foi deferida", explica Nayara. 

Os suspeitos foram levados para o Presídio de Caratinga enquanto aguardam julgamento. "O caso é notório para mostrar a importância que os professores e pessoas que acompanham crianças, como babás, têm ao observar mudanças do comportamento que possam sugestionar que a criança esteja passando por algum tipo de violência sexual ou física", conclui Nayara.