A lista de bairros afetados pelo rodízio de água realizado pela Copasa chamou a atenção do urbanista e professor Roberto Andrés, da Universidade Federal de Minas Gerais. Segundo ele, bairros mais pobres estariam sendo prejudicados.
“É preciso que a Copasa esclareça quais são os critérios técnicos adotados nessa lista que eles divulgaram. Quando a gente olha para o mapa da região metropolitana e os bairros que estão sendo afetados, não dá para entender nenhum critério territorial. Há bairros vizinhos em que um está sendo afetado e o outro não. Será que é o perfil socioeconômico?”, questiona. “Por que o racionamento de água não chegou até o bairro onde está a mansão do governador, mas no bairro logo ao lado tem racionamento de água? É difícil entender”, finaliza.
Segundo Andrés, a Copasa tem sido alvo de um conflito de interesses que prejudica, sobretudo, a população. “Chega no final do ano, e o dinheiro que cada um de nós paga na conta de água, em vez de ser reinvestido em melhorias na rede de oferta e na rede esgoto, parte vai para lucro dos acionistas. Será que uma companhia que não está conseguindo fazer os investimentos básicos para evitar que um acidente pontual prejudique tanta gente poderia estar distribuindo lucro?”, pontua.
A Copasa informou que “o critério para a setorização dos bairros foi definido por questões técnicas dos reservatórios que compõem o sistema integrado”.
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