A perícia do aparelho celular da escrivã Rafaela Drumond, de 32 anos, foi concluída. A previsão é de que o inquérito criminal seja encaminhado à Justiça na próxima semana, quando também deverá iniciar a apuração administrativa em relação aos dois servidores suspeitos de terem cometido assédio moral e sexual contra ela. A informação foi confirmada pela defesa da família da escrivã. A servidora pública tirou a própria vida no dia 9 de junho, em Sá Forte, distrito de Antônio Carlos, na região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais.
“Me encontrei com os delegados que atuam no caso, junto a Corregedoria da Polícia Civil, e eles me disseram que esse processo já foi finalizado de forma integral. A expectativa deles é de fazer o despacho do inquérito criminal na próxima semana", informou o advogado Hugo Viol Faria, que atua na defesa da família da escrivã. Segundo ele, a partir da próxima semana se inicia a apuração administrativa em relação aos dois servidores investigados por assédio moral e sexual contra a servidora. "O que a gente vê pelos vídeos é que houve um excesso deles. Então precisamos saber o quanto isso foi determinante", acrescentou. O resultado da análise do celular não foi divulgado, já que o processo está sob sigilo.
A perícia do celular da escrivã Rafaela Drumond teve início em agosto, dois meses após ela tirar a própria vida no interior de Minas. O aparelho celular foi um dos materiais apreendidos pela equipe de investigação. No equipamento, estariam armazenados vídeos e áudios que podem servir como provas para os supostos casos de assédio que teriam sido cometidos contra a escrivã.
A análise do equipamento deveria ter sido finalizada no final do mês de julho, conforme informado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). No entanto, os investigadores pediram a ampliação do prazo para a realização da perícia, sendo atendidos pela Promotoria de Justiça de Carandaí, na região Central de Minas Gerais. "O que a gente percebe é que conseguiram concluir dentro do prazo estipulado, até semana que vem”, informou o advogado Hugo Viol Faria.
Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais reforçou que o inquérito que apura as circunstâncias da morte da escrivã Rafaela Drumond está em fase de conclusão. “Diversas diligências já foram realizadas, destacando-se oitivas de testemunhas, extração e análise de diversas informações obtidas por meio dos dados do aparelho telefônico da escrivã, bem como laudos periciais”, disse.
A instituição reforçou que não é possível a divulgação de informações mais detalhadas, devido “ao sigilo decretado nos autos”.
Entenda a investigação sobre o caso da escrivã
A investigação sobre a morte da escrivã Rafaela Drumond é conduzida pela Corregedoria Geral da Polícia Civil de Minas Gerais. O inquérito policial e o procedimento disciplinar apuram supostos casos de assédio moral e sexual, que podem ter induzido a servidora a morte.
Um delegado e um investigador da Polícia Civil, que atuavam na mesma delegacia onde trabalhava Rafaela, são suspeitos de terem cometido os assédios. Durante as investigações, eles chegaram a ser transferidos duas vezes, no intervalo de 20 dias. O investigador está afastado por licença médica durante 60 dias.