ESCLARECIMENTOS

PF diz que fazenda não é dos Perrella

Gustavo e irmã, sócia na empresa Limeira Agropecuária e Participações Ltda, foram ouvidos como testemunha no caso de seu helicóptero apreendido com uma grande quantidade de cocaína no Espírito Santo

Por Tâmara Teixeira / JULIANA BAETA / CAMILA KIFER
Publicado em 28 de novembro de 2013 | 19:41
 
 
 
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O delegado da Polícia Federal do Espírito Santo, Leonardo Damasceno, disse nesta quinta-feira (28) que não há qualquer indício de que a fazenda em que helicóptero de Gustavo Perrella (SDD) foi apreendido com droga é da família do deputado. “Não há nada que relacione as duas coisas. Não há indícios de que seria também de laranja ligado à família”, disse, sobre o imóvel, localizado na cidade de Afonso Cláudio, no Espírito Santo. “Não posso dar mais detalhes”.

Nesta quinta-feira (28), Perrella foi ouvido na Polícia Federal, em Belo Horizonte. Ele estava acompanhado do seu advogado Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay. A irmã do deputado, Carolina Perrella, também prestou esclarecimentos.

O deputado deixou a PF sem falar com a imprensa. Kakay disse que Perrella respondeu a todas as perguntas, e voltou a afirmar que o deputado foi enganado pelo piloto do helicóptero.

Entenda
No domingo, um helicóptero pertencente a uma empresa da família Perrella foi apreendido com 445 kg de pasta base de cocaína, na zona rural de Afonso Cláudio, na região Serrana do Espírito Santo (ES). A Polícia Militar da cidade investigava o local, que apresentava movimentação suspeita há 15 dias, e flagrou a aterrissagem. Além disso, também foram encontrados R$ 16 mil em dinheiro na aeronave. Piloto, co-piloto e dois homens que receberiam a droga foram presos.

A pasta base de cocaína, que equivale a até R$ 10 milhões, segundo cálculo da Polícia Federal, possui entre 92% e 96% de pureza. A droga estava em formato de tabletes, dentro de caixas, que encheram quatro picapes Hilux da polícia. A droga era esperada por dois homens, que a transportariam em um Polo branco.

O piloto informou à polícia que carregou a aeronave em São Paulo (SP). “Devido ao alto valor da mercadoria, o mais provável é que fosse exportada para a Europa”, analisou o major Flávio Santiago. “O piloto falou que ele estava autorizado pela empresa a agendar os fretes e fazia diversas viagens. O Alexandre (co-piloto) é que fez a reserva da aeronave para trazer esse material. Rogério (piloto) disse que não tinha ideia do que era a mercadoria, que só tinha as coordenadas”, completou Santiago.

Piloto
O piloto do helicóptero do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), Rogério Almeida Antunes, afirmou em depoimento à Polícia Federal do Espírito Santo (PF), na segunda-feira (25), ao qual O TEMPO teve acesso, que sabia que transportava mercadoria “ilícita” na aeronave. A declaração é contrária ao que afirma seu advogado, Nicácio Tiradentes, que nega que seu cliente sabia do frete ilegal.

Sobre Combustível
O deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG) divulgou, nesta quinta-feira (28), uma nota de esclarecimento sobre a informação de que seu helicóptero - apreendido com uma grande quantidade de cocaína no ES - era abastecido com verba indenizatória da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Segundo o deputado, o regimento da Assembleia autoriza a todos os integrantes da Casa a usar parte da verba indenizatória para o abastecimento de veículos e aeronaves. Além disso, Perrella afirma que o dinheiro foi gasto apenas em viagens com fins parlamentares.

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