'Imediata'

PM sobre Carnaval em MG: Se ocorrerem festas, as viaturas vão fazer intervenção

Eventos previstos para acontecerem na regiãoo metropolitana de Belo Horizonte prometem ingressos antecipados com valores promocionais e open bar para mulheres

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 12 de fevereiro de 2021 | 13:05
 
 
 
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"#Vem de Golpe... que eu vou de vítima", "Folia dos Amigos", "Tardezinha #Tô na Folia" e "Carnakatu" são alguns dos nomes de festas programadas em Minas Gerais para este fim de semana de Carnaval, a maioria na região metropolitana de Belo Horizonte. No entanto, devido à pandemia do Coronavírus, eventos desse tipo estão proibidos no Estado. Em conversa com a reportagem de O TEMPO, nesta sexta-feira (12), o porta-voz da Polícia Militar (PM), capitão Cristiano Araújo, alertou: quem for pego realizando esses eventos poderá ser conduzido à delegacia e ser multado. E quem estiver comprando ingresso para essas resenhas vai perder dinheiro, uma vez que esses encontros serão interrompidos. 

"A Polícia Militar, mais uma vez, preparou uma megaoperação para fazer frente à expectativa do governo do Estado de fazer com que não haja aglomerações em relação a eventos. Nós não temos nenhum laudo expedido de autorização de eventos em locais públicos e privados. Se algum evento estiver sendo organizado é clandestino", explicou o capitão.

Segundo ele, assim como no ano passado - quando as festas ainda estavam liberadas -, todo o efetivo da corporação estará de serviço a partir desta sexta até Quarta-Feira de Cinzas. Os militares vão realizar patrulhamento em perímetros urbanos e também em áreas rurais, onde há concentração de sítios.

"Mais uma vez vamos usar os drones naquelas áreas de difícil acesso para identificação de aglomerações. Identificado pelo drone, a operação de interdição vai ser realizada via terrestre. Nós sempre trabalhamos com bom senso, e a gente acredita muito que o cidadão também. A gente sabe que, às vezes, dentro do seio familiar haverá uma pequena reunião de pessoas, e esse não é o foco da nossa intervenção. O foco é fazer com que grandes aglomerações não ocorram. As festas estão em descumprimento às normas sanitárias e das autoridades de saúde do Estado e dos municípios", explicou. 

Abordagem policial

Caso a polícia constate ou receba denúncia de alguma festa, além da interrupção do evento, o organizador será, no primeiro momento, advertido. 

"O organizador deste evento estará sujeito a ser conduzido pelo crime de desobediência, uma vez que nós estamos diante de um cenário de pandemia, o Estado decretou várias medidas, isso faz com que o bem comum, que é a saúde pública, prevaleça em relação às vontades individuais, como fazer uma festa. O organizador também poderá responder administrativamente com multa, a ser definida de acordo com cada caso. Ainda podem ocorrer outras infrações, como perturbação do sossego", alertou Araújo. 

"Tudo no sigilo, tudo no esquema"

Em uma rápida busca pelas redes sociais é possível ter acesso aos folders de várias festas com muito pagode, funk, axé e sertanejo. No entanto, os divulgadores evitam informar os endereços dos locais solicitando que o interessado entre em contato por algum número de telefone ou via direct. Artistas que vão se apresentar também fazem questão de compartilhar a participação. 

Em um dos anúncios que a reportagem teve acesso, a festa está programada para acontecer neste sábado (13), a partir das 15h, em Santa Luzia, na Grande BH. Para não correr risco de vazar, os organizadores afirmam que o "local exato será informado próximo ao evento".

O valor do ingresso é de R$ 10 feminino e R$ 20 masculino, sendo open bar para mulheres das 15h às 17h. No convite também tem informações do Pix para que o pagamento seja efetuado. 

"O nosso setor de inteligência já tem o mapeamento daqueles possíveis eventos que ainda insistem em acontecer e vai ser isso: se ocorrer, as viaturas vão fazer a intervenção imediata, e quem estiver gastando dinheiro, comprando ingresso para esses eventos vai perder o dinheiro porque a festa não vai acontecer. Vai ser um dissabor para todos os presentes. É importante conscientizar o cidadão para evitar esse tipo de desgaste, teremos outras oportunidades para fazer essas datas", finalizou.

A Polícia Militar informa que denúncias anônimas podem ser realizadas pelo telefone 181 ou 190. O denunciante não precisa se identificar.

O outro lado

A reportagem de O TEMPO tentou contato com os organizadores das festas citadas na matéria, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto caso eles queiram comentar os fatos. 

O grupo Akatu, que vai fazer o Carnakatu, informou que "os eventos não são organizados pela banda, apenas estamos sendo contratados para prestar um serviço, já que estamos impossibilitados de trabalhar desde Março de 2020".

 

Matéria atualizada às 14h10

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