A Polícia Civil apreendeu 82 toneladas de cobre que teriam sido roubados de fios de semáforos e empresas da cidade de Santa Bárbara, na região metropolitana de Belo Horizonte. A carga estava triturada e é avaliada em cerca de R$ 4 milhões.
A apreensão foi feita durante a segunda fase da operação Cobre, desencadeada na última terça-feira (26), na cidade de Pequi na região Central do Estado e em Contagem, na região metropolitana. Três pessoas são investigadas pela Polícia Civil, duas de 39 anos e uma de 44 anos. A instituição informou ainda que essa é a maior apreensão de cobre que se tem conhecimento no país.
As investigações começaram a cerca de quatro meses e apontaram que o cobre roubado em Santa Bárbara era captado por um empresa da cidade e levado para outra, com sede em Contagem. Dentre as vítimas estão empresas de telefonia e uma mineradora que atua na região.
De acordo com o delegado do Departamento de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), Rafael de Souza Horácio, a trama dos fios roubados era personalizado de tal forma que, cada empresa vítima da quadrilha, ao bater o olho, conseguiria identificar que a carga era dela.
“A empresa que faz o fio conhece a sua própria trama, é como se fosse a marca registrada. Então só de ver a empresa sabe que o fio é dela. Com o avanço das investigações, nós identificamos que os suspeitos trituravam o cobre para que a identificação do material fosse dificultada”, afirmou.
Os investigadores descobriram que a carga de fios de cobre saia da empresa de Contagem para passar pelo processo e trituração e fundição em uma usina na cidade de Pequi.
Os investigados
Na primeira fase da operação Cobre desencadeada em dezembro de 2020, a Polícia Civil conseguiu apreender, em Santa Bárbara, 11 toneladas de fios de cobre. O dono de uma empresa de sucatas da cidade, de 44 anos, é um dos investigados no esquema.
A empresa do mesmo ramo com sede em Contagem, está no nome de um servidor da Guarda Municipal de Belo Horizonte, de 39 anos, que é o segundo investigado.
O principal alvo da investigação é um homem de 39 anos, que seria dono da usina de fundição na cidade de Pequi. A usina, no entanto, estaria no nome do pai dele. “Essa foi a segunda etapa da investigação e nós vamos continuar para identificar a tarefa de cada um dentro do esquema criminoso”, explicou o delegado.
Guarda municipal pode ser exonerado
Por meio de nota, a Corregedoria da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte informou que "repudia toda e qualquer ilegalidade na conduta de seus agentes". Informou ainda que "já determinou a instauração de procedimento administrativo disciplinar para apurar de forma rigorosa a conduta do agente, e que do procedimento de apuração poderá resultar inclusive a demissão do servidor se comprovada a conduta irregular".
O órgão disse ainda que prestará toda e qualquer informação que possa subsidiar a Polícia Civil no esclarecimento do fato.