Um investigador da Polícia Civil (PC) foi preso pela Polícia Militar (PM) suspeito de agredir uma mulher e atirar em um homem próximo a um bar, no bairro Palmares, na região Nordeste de Belo Horizonte, na madrugada desta segunda-feira (18).
O investigador da Civil foi identificado como Ramon Rodrigues. Conforme o boletim de ocorrência, o agente da PC estava aparentemente embriagado, ele é conhecido dos militares por costumar se envolver em brigas na região.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, o investigador da PC estava acompanhado de dois homens próximo ao bar. O trio estaria na rua bebendo e agredindo uma mulher, quando uma testemunha se aproximou e pediu que eles parassem com as agressões. Rodrigues não gostou da abordagem, sacou uma arma, disse que era policial civil e que iria encher a boca do homem de tiros.
Na sequência, Rodrigues continuou agredindo a mulher com socos e ainda efetuou três disparos contra o homem que tentou impedir as agressões. O homem foi encaminhado ao Hospital Risoleta Neves, na região Norte de Belo Horizonte, em estado grave.
A polícia foi acionada por pessoas que estavam no bar próximo de onde ocorreu a confusão. No momento da prisão, Rodrigues desacatou os militares e resistiu a ordem de detenção. O homem que estava aparentemente embriagado foi imobilizado e preso em flagrante.
Fontes ligadas à investigação contaram anonimamente à reportagem que Rodrigues foi encaminhado à Casa do Policial Civil, em Belo Horizonte. Ele vai ficar preso no local enquanto as investigações são finalizadas.
De acordo com o boletim de ocorrência, não é a primeira vez que Rodrigues se envolve em brigas na região. O policial possui diversos boletins de ocorrência contra ele. No entanto, sempre que é levado para a delegacia, ao ser liberado, ele mesmo registra a ocorrência se passando por vítima e colocando os militares que o conduziram como autores. Os outros dois homens que estavam com o policial também foram presos.
A rua que ocorreu a confusão amanheceu repleta de garrafas quebradas. Os moradores da região que preferiram não se identificar disseram que se assustaram quando ouviram tiros e gritos.
"No local tinha música tocando. Todo fim de semana é a mesma coisa, então já estou acostumado em ouvir barulho até tarde, mas na hora dos tiros tudo ficou em silêncio e as pessoas começaram a gritar e a correr falando que tinha um homem armado e outro baleado. A polícia chegou rápido e logo tudo ficou em silêncio total, aqui na rua hoje tá assim, só com os cacos de vidros que devem ser de garrafas e copos que as pessoas jogaram no chão no momento da correria", detalhou a testemunha que preferiu o anonimato.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que a direção da Instituição que a Corregedoria-Geral adota todas as providências de polícia judiciária para apurar as condutas do policial (suspeito da prática de crimes, como agressão e disparo de arma de fogo), bem como de outros suspeitos, como narrado na respectiva ocorrência.